Covid-19: PSD/Porto diz que cerca sanitária não faz sentido e questiona critérios da DGS

| Política
Porto Canal com Lusa

Porto, 30 mar 2020 (Lusa) - O presidente da Distrital do Porto do PSD disse hoje que a ideia de uma cerca sanitária ao concelho do Porto "não faz sentido" e questionou os critérios da DGS na escolha dos distritos onde testar os idosos.

"Para o PSD do Porto, não faz sentido absolutamente nenhum a criação de uma cerca sanitária ao concelho do Porto (...). O que está a acontecer no concelho do Porto também está a acontecer nos concelhos limítrofes, em termos daquilo que é o aumento do número de casos", defendeu Alberto Machado.

A diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, anunciou hoje que a medida equacionada entre as autoridades de saúde regionais, as autoridades de saúde nacionais e o Ministério da Saúde "e provavelmente hoje será tomada uma decisão nesse sentido".

Em sequência destas declarações, a Câmara do Porto disse hoje não aceitar o cerco sanitário "absurdo" e "inútil" que está a ser equacionado pelas autoridades de saúde e anunciou que deixa de reconhecer autoridade à diretora geral da Saúde.

Em declarações à Lusa, o dirigente e líder da bancada do PSD na Assembleia Municipal do Porto considera que mesmo que os epidemiologistas e autoridades de saúde envolvidas que estudam da pandemia considerassem necessária esta cerca sanitária, ela teria de ser alargada aos concelhos limítrofes que, segundo os dados da Direção Geral da Saúde (DGS), apresentam um número elevado de casos.

"Entre os 15 maiores concelhos com o maior número de infetados, constam todos os concelhos da coroa da cidade do Porto - Matosinhos, Maia, Gondomar, Valongo, Vila nova de Gaia. Portanto, (...) não faz sentido absolutamente nenhum isolar o concelho do Porto neste contexto", salientou, defendendo ainda que a acontecer esta cerca teria de ser feita em articulação com a autarquia, a Área Metropolitana do Porto e com 18 concelhos que compõe o distrito do Porto.

"Para nós, é absolutamente fora do contexto esta cerca sanitária", concluiu.

À Lusa, Alberto Machado disse ainda não compreender os critérios por detrás da decisão de avançar com o rastreio em massa a lar de idosos nos distritos de Lisboa, Aveiro, Guarda e Faro, quando é o distrito do Porto que, a nível nacional, tem o maior número de casos.

"Qual foi o critério que a DGS utilizou para priorizar aqueles distritos em detrimento do distrito do Porto, que é o distrito, somando todos os concelhos, com mais casos no país. Portanto, devia ser exatamente aqui, no distrito, onde o problema tem o enfoque principal, o sítio onde deveriam ser iniciados os testes em larga escala", afirmou.

O social-democrata garante que o facto de dois municípios do distrito - Porto e Maia - terem avançado com o rastreio por sua iniciativa, não pode ser usado como justificação dado que são apenas dois em 18 concelhos.

"Essa não pode ser a justificação. Eu diria mais, se o Porto e a Maia, estão através das suas estruturas, a rastrear os lares, deveríamos rapidamente perceber junto dos outros concelhos o que é preciso para rapidamente arrancar com os testes", disse.

No quadro hoje divulgado pela DGS a cidade do Porto aparece em primeiro com 941 casos, seguindo-se Lisboa com 633.

Entre os 10 primeiros concelhos com mais casos encontram-se mais cinco localizados no Grande Porto: Vila Nova de Gaia (344), Maia (313), Matosinhos (295), Gondomar (276) e Valongo (202).

Portugal regista hoje 140 mortes, mais 21 do que na véspera (+17,6%), e 6.408 casos de infeções confirmadas, o que representa um aumento de 446 em relação a domingo (+7,5%).

Dos infetados, 571 estão internados, 164 dos quais em unidades de cuidados intensivos, e há 43 doentes que já recuperaram.

Portugal, onde os primeiros casos confirmados foram registados no dia 02 de março, encontra-se em estado de emergência desde as 00:00 de 19 de março e até às 23:59 de 02 de abril.

VSYM // MSP

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