Covid-19: Cientista que aconselha governo vê sinais de desaceleração no Reino Unido

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Porto Canal com Lusa

Londres, 30 mar 2020 (Lusa) -- Um dos cientistas que tem aconselhado o Governo britânico na estratégia de combate à covid-19 acredita que o avanço da pandemia parece estar a desacelerar no Reino Unido.

"No Reino Unido, podemos ver alguns sinais precoces de desaceleração em alguns indicadores. Menos pelo número de mortes, que tem um desfasamento relativamente a quando as medidas entraram em vigor", afirmou hoje de manhã o epidemiologista Neil Ferguson, da universidade Imperial College London, à BBC Radio 4.

"Mas se olharmos para o número de internamentos hospitalares novos, isso parece estar a diminuir um pouco agora. Ainda não chegou ao pico [da curva], os números ainda podem aumentar a cada dia, mas a taxa desse aumento diminuiu."

O académico acredita que a desaceleração da disseminação do Covid-19 foi o resultado das medidas de distanciamento social adotadas pelo governo britânico na semana passada, e indicou que existem sinais de semelhanças noutros países, sem indicar quais. 

O Prémio Nobel em Química de 2013, Michael Levitt, professor na universidade norte-americana de Stanford, também acredita que a pandemia está a desacelerar em Itália, Suíça, Nova Iorque, e, possivelmente em Espanha. 

Porém, considera que é demasiado cedo para dizer se o ritmo de contágio está a afrouxar no Reino Unido por considerar que existem vários surtos diferentes no país. 

"No Reino Unido, os números são insuficientes e há demasiados surtos independentes", afirmou. 

O Reino Unido registou até domingo 1.228 mortes de pessoas contagiadas pela covid-19, mais 209 do que no dia anterior, tendo identificado 19.522 casos positivos entre 127.737 pessoas testadas. 

Os principais focos são Londres, onde foram registadas cerca de um terço das mortes, seguidos pela região de West Midlands, no centro de Inglaterra, e o sudeste.

O regime de confinamento começou no Reino Unido há uma semana, tendo o primeiro-ministro, Boris Johnson, prometido na altura que as condições seriam revistas após três semanas. 

Porém, no domingo, a sub-diretora-geral de saúde, Jenny Harries, admitiu que a normalidade poderá só ser restabelecida dentro de seis meses, e não de forma imediata. 

"Nós antecipamos que os nossos números piorem na próxima semana, possivelmente duas, e depois temos de ver se conseguimos achatar a curva e se começamos a ver o declínio", disse, numa conferência de imprensa. 

Harries explicou que será feita uma avaliação após três semanas, mas acrescentou que as restrições, nomeadamente de encerramentos das escolas públicas, estabelecimentos comerciais como bares, cafés e restaurantes e limitação no convívio social, poderão não ser levantadas imediatamente. 

"Isto não quer dizer que vamos estar em confinamento absoluto durante seis meses. Mas, como país temos de ser mesmo, mesmo responsáveis e continuar a fazer o que estamos até estarmos seguros de que podemos gradualmente levantar algumas intervenções, que é possível que sejam espaçadas, baseados na ciência e informação, até voltarmos gradualmente a um estilo de vida normal", vincou. 

Numa carta dirigida aos britânicos, Boris Johnson, que há uma semana se mostrou confiante de que seria possível reverter a situação em 12 semanas, reconheceu que poderão ser necessárias medidas mais duras.

"Não hesitaremos em ir mais longe (nas medidas de contenção) se o parecer médico e científico o indicar. Sabemos que as coisas vão piorar antes que começarem a melhorar", advertiu Johnson.

A pandemia de covid-19 já contaminou pelo menos 715.204 pessoas e matou pelo menos 33.568 no mundo inteiro desde que a doença surgiu em dezembro na China.

 

BM // FPA

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