Putin afasta para já retaliação de novas sanções dos EUA
Porto Canal / Agências
Moscovo, 21 mar (Lusa) -- O Presidente russo, Vladimir Putin, disse hoje que se vai abster, para já, de introduzir novas sanções contra os Estados Unidos, apesar das novas medidas punitivas anunciadas por Washington.
"Tanto no que diz respeito ao primeiro caso -- as sanções norte-americanas -, como ao segundo caso -- a introdução de vistos (para russos) na Ucrânia -, penso que, para já, devemos afastar medidas recíprocas", disse Putin, numa reunião do conselho de segurança russo, citado por agências internacionais.
A Rússia publicou esta semana uma lista de nove políticos norte-americanos alvo de sanções russas, medida decidida em represália de um primeiro conjunto de sanções aprovadas pelos Estados Unidos em resposta à anexação da península ucraniana da Crimeia.
Sobre as novas sanções norte-americanas, contra o banco Rossia e personalidades russas, o Presidente russo ironizou afirmando que vai abrir uma conta no banco.
"Penso que se trata de um banco médio. Pessoalmente não tenho conta lá, mas na segunda-feira vou abrir uma", disse Putin.
Na reunião do conselho de segurança russo participaram algumas das personalidades visadas pelas sanções, como o chefe de gabinete do Presidente, Serguei Ivanov, e o presidente da câmara baixa do parlamento, Serguei Narishkin.
O Presidente norte-americano, Barack Obama, ampliou na quinta-feira as sanções anunciadas na segunda-feira contra sete altos funcionários russos para uma nova lista que inclui 16 membros do Governo e quatro empresários considerados próximos de Putin.
Para o ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Serguei Lavrov, estas tentativas de isolar a Rússia não vão ter êxito.
"O caminho daqueles que são abertamente russófobos de isolar a Rússia é um caminho sem saída", afirmou o ministro na câmara alta do parlamento russo, que hoje ratificou a anexação da Crimeia pela Rússia.
Para Lavrov, os Estados Unidos aplicam estas sanções guiados "não pelo bom senso, mas pela vontade de punir".
O ministro russo comentou por outro lado o acordo político assinado hoje entre a Ucrânia e a União Europeia, afirmando que ele não visa servir o interesse da Ucrânia nem do povo da Ucrânia, mas apenas "ganhar pontos no jogo geopolítico".
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