PSD/Congresso: Rangel diz que congresso tem de refletir visão para o país e não para o partido

| Política
Porto Canal com Lusa

Viana do Castelo, 09 fev 2020 (Lusa) - Dirigentes da equipa liderada por Rui Rio afirmam não ter dúvidas de que o PSD apoiará uma recandidatura do Presidente da República, mas salientam que é preciso respeitar o "recato" pedido por Marcelo Rebelo de Sousa.

Estas posições foram transmitidas à agência Lusa e Rádio Renascença pelo secretário-geral do PSD, José Silvano, pelo vice-presidente do partido Salvador Malheiro e pelo ex-líder parlamentar social-democrata e candidato de Rui Rio à presidência do Conselho de Jurisdição Nacional, Fernando Negrão.

No sábado, o antigo secretário de Estado Pedro Duarte, que foi diretor de campanha de Marcelo Rebelo de Sousa nas últimas eleições presidenciais, defendeu que o PSD deverá dar já neste Congresso Nacional de Viana do Castelo um sinal claro de apoio a uma recandidatura do atual chefe de Estado nas eleições presidenciais de 2021.

O secretário-geral do PSD, porém, entende que "só se poderá dar uma opinião favorável a uma candidatura quando ela existir - e o próprio professor Marcelo Rebelo de Sousa já disse que ainda não decidiu e que este nem é o tempo para decidir".

"Por isso, antes de Marcelo Rebelo de Sousa tomar uma decisão, não tem qualquer sentido o PSD estar a antecipar-se. Quando essa recandidatura for formalizada, quando for anunciada, o PSD nessa altura tomará a decisão de apoio ao atual Presidente da República", justificou.

José Silvano considerou depois que a questão das presidenciais "não está ainda em cima da mesa" e defendeu que a estratégia para dois anos do presidente do PSD, Rui Rio, "abrange as eleições presidenciais e as autárquicas - mas estas últimas são a prioridade, porque são da responsabilidade do partido".

"As eleições presidenciais ainda não estão em cima da mesa, mas vamos tomar uma posição clara sobre essa matéria. Em termos individuais, não tenho qualquer dúvida de que me revejo no mandato exercido pelo professor Marcelo Rebelo de Sousa", frisou José Silvano.

Já o vice-presidente do PSD Salvador Malheiro referiu que o líder do partido, Rui Rio, "já falou sobre isso, dizendo que apoiaria o atual Presidente da República caso ele apresente a sua candidatura".

"O professor Marcelo Rebelo de Sousa é um grande social-democrata e tem uma história na social-democracia portuguesa. Com naturalidade, o PSD estará genericamente e de forma muito maioritária com o Presidente das República, mas é um assunto que não se coloca agora", ressalvou o presidente da Câmara de Ovar.

Já o deputado social-democrata Fernando Negrão rejeitou a tese de que exista alguma ambiguidade do seu partido em relação às eleições presidenciais, sobretudo numa altura em que o líder do Chega, André Ventura, anunciou a sua entrada na corrida a Belém.

"Tenho a certeza de que o doutor Rui Rio toma a sua posição por respeito ao professor Marcelo Rebelo de Sousa. O professor Marcelo Rebelo de Sousa disse que anunciaria a sua candidatura em novembro e vai refletir. Como tal, o presidente do partido não quer tomar uma posição neste momento sobre isso, precisamente por respeito a essa posição de recato manifestada pelo Presidente da República", sustentou Fernando Negrão.

PMF // JPS

Lusa/fim

Viana do Castelo, 09 fev 2020 (Lusa) - O eurodeputado social-democrata Paulo Rangel disse hoje esperar que o discurso de Rui Rio no encerramento do Congresso do partido seja o relançamento de uma visão para o país, e não para o partido.

"Espero que haja aqui claramente um relançamento de uma visão para o país. Nós estamos numa nova conjuntura política, o congresso tem de refletir essa nova conjuntura e quais são as metas e ambições do PSD para o país. Não do partido em si, mas para o país", afirmou, em declarações aos jornalistas.

No último dia do 38º Congresso do PSD, em Viana do Castelo, e antes de exercer o seu direito de voto, o cabeça de lista ao Conselho Nacional disse que a lista de Rui Rio é uma lista de renovação geracional.

"O contributo dos novos elementos é muito importante, porque significa claramente uma renovação geracional - André Coelho Lima e no caso da Isaura [Morais], tendo em conta que estamos em altura de autárquicas, é alguém que conhece muito bem esse dossier e penso que essa terá sido a razão principal para a sua escolha", afirmou, acrescentando que "de facto o partido tem de se mobilizar para essa batalha".

O presidente do PSD, Rui Rio, anunciou no sábado que terá dois novos vice-presidentes, o deputado André Coelho Lima, que já era vogal da Comissão Política, e a deputada e ex-autarca de Rio Maior Isaura Morais.

Deixam o cargo de vice-presidentes Elina Fraga e o presidente da Comissão Política Regional dos Açores, José Manuel Bolieiro.

Questionado sobre se a existência de 10 listas candidatas revela uma fragmentação do partido, o eurodeputado afirmou que a pluralidade é já uma tradição no PSD.

"Eu diria que isto é normal, quem conhece a dinâmica dos Congressos do PSD nos últimos 20 anos sabe que há sempre uma pluralidade de listas. Umas vezes são oito outras vezes são 10. Outras vezes são nove outras vezes são sete e que neste caso é muito claro que há várias listas no mesmo campo e, portanto, extrair conclusões muito óbvias de qualquer resultado será sempre, complexo", disse.

O presidente do PSD, Rui Rio, anunciou no sábado que o ex-líder parlamentar Fernando Negrão encabeçará a sua lista ao Conselho de Jurisdição Nacional e Paulo Rangel ao Conselho Nacional.

Fernando Negrão substitui Nunes Liberato como primeiro nome de Rio à Jurisdição, enquanto Paulo Rangel volta a ser o primeiro nome indicado pelo presidente ao Conselho Nacional, lista em que o ex-ministro Arlindo Cunha será o segundo.

Paulo Mota Pinto mantém-se como candidato a presidente da Mesa do Congresso, e a proposta de presidente da Comissão Nacional de Auditoria Financeira recaiu em Fernando Sebastião, que foi mandatário distrital de Rio por Viseu.

O anúncio dos nomes foi feito pelo próprio presidente do partido, no púlpito do 38.º Congresso do PSD.

Para o Conselho Nacional, depois de Paulo Rangel e Arlindo Cunha, a lista de Rio inclui o deputado municipal por Lisboa António Proa, o vice-presidente da Câmara Municipal da Maia Paulo Ramalho e o presidente da concelhia de Aveiro Vítor Martins.

Na Mesa do Congresso, Mota Pinto terá como vice-presidentes o líder do PSD-Açores José Manuel Bolieiro e a presidente da Assembleia Municipal da Trofa Isabel Cruz, tendo como vogais Eduardo Teixeira, Álvaro Madureira, Isabel Matos e Nelson Fernandes.

Para a Jurisdição, Rio propõe, além de Negrão, o histórico militante Pedro Roseta, bem como Paula Reis, João Dias Coelho e Nuno Correia.

Há dez listas ao Conselho Nacional - mais duas que no último Congresso - e quatro à Jurisdição, órgãos eleitos através do método de Hondt.

A votação para os órgãos nacionais do PSD encerrou às 11:00.

VSYM//JPS

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