Ucrânia: Militar ucraniano e paramilitar russo mortos na Crimeia
Porto Canal / Agências
Simferopol, Ucrânia, 18 mar (Lusa) -- Um militar ucraniano e um membro das "forças de autodefesa" pró-russas foram hoje mortos na Crimeia durante uma troca de tiros, anunciou uma porta-voz da polícia local, citada pela agência noticiosa Interfax-Ukraine.
Dois outros homens, um militar ucraniano e um paramilitar pró-russo, ficaram feridos, indicou a porta-voz Olga Kondrachova.
A sua versão dos factos diverge da emitida pelo Ministério da Defesa ucraniano, que apenas se referiu a um morto e dois militares feridos.
Segundo o ministério, o aspirante S. Kakurine foi morto após ter sido atingido no coração por uma bala durante o assalto à sua unidade de Simferopol. O capitão V. Fedoune ficou ferido no pescoço e num braço e um terceiro militar foi ferido na cabeça e numa perna por golpes de matraca.
O ministério, que após este incidente autorizou os soldados ucranianos da Crimeia a utilizar as suas armas, declarou em comunicado que os agressores "envergavam o uniforme dos militares russos estavam equipados com armas automáticas e uma arma com mira telescópica".
A Crimeia está controlada há duas semanas por forças russas e pró-russas, que cercam os soldados ucranianos remetidos às suas bases.
A porta-voz da polícia afirmou por sua vez que "durante uma inspeção ao local, foi estabelecido que os disparos dirigidos aos soldados ucranianos e aos membros das forças de autodefesa partiram do mesmo local".
O comandante da marinha ucraniana, Serguii Gaidouk, indicou hoje que na Crimeia "se multiplicaram as tentativas de assalto a unidades militares com recurso às armas".
O primeiro-ministro ucraniano, Arseni Iatseniuk, considerou por sua vez que o conflito com a Rússia na Crimeia passou "da fase política a uma fase militar".
O Presidente russo, Vladimir Putin, assinou hoje um tratado bilateral de união com o primeiro-ministro da Crimeia, Sergei Aksionov, e outros dirigentes da península, ignorando as sanções ocidentais impostas contra Moscovo.
A república autónoma ucraniana da Crimeia, de população maioritariamente russa, está no centro da tensão entre a Rússia e a Ucrânia desde a destituição, em fevereiro, do presidente ucraniano Viktor Ianukovich, considerado pró-russo.
As autoridades locais da península autónoma recusaram reconhecer o novo Governo de Kiev e referendaram, no domingo passado, uma união com a Rússia, apoiada por 96,77% dos votantes.
PCR // VM
Lusa/Fim