Câmara de Viseu vai criar rede de incubadoras nas freguesias
Porto Canal / Agências
Viseu, 18 mar (Lusa) -- A Câmara de Viseu vai criar uma rede de incubadoras nas freguesias, de forma a obter mais-valia económica e assim combater a desertificação, anunciou hoje o presidente da autarquia, Almeida Henriques (PSD).
Almeida Henriques teve hoje uma reunião com os presidentes das Uniões e Juntas de Freguesia do concelho, na qual foram abordados os planos de desenvolvimento local, que não esqueceram a vertente económica.
"Lancei hoje aqui aos presidentes de junta uma ideia de um projeto que estamos neste momento a desenvolver, que vai levar à criação de uma rede de incubadoras nas freguesias", disse Almeida Henriques aos jornalistas, no final da reunião.
Segundo o autarca, para este projeto serão aproveitados "alguns espaços que estavam sem utilização em algumas freguesias", como antigas escolas e casas de cantoneiros.
O objetivo é, "numa lógica de rede com a associação industrial e com o Politécnico", desenvolver "também uma cultura de empreendedorismo nas próprias aldeias", permitindo aos empreendedores terem em cada uma delas "um espaço físico onde possam iniciar a sua atividade, ter o acompanhamento da sua contabilidade, do seu plano de negócios", explicou Almeida Henriques.
O empreendedor pode ser um agricultor, um industrial que esteja na fase inicial e até uma empresa comercial e de serviços, numa dinâmica "que visa combater a desertificação que se verifica em algumas freguesias mais distantes da cidade", acrescentou.
A ideia é puxar pela vertente económica das freguesias, a partir da sua especificidade, seja ela agrícola, pecuária, florestal, industrial ou comercial.
Almeida Henriques disse aos jornalistas que "cada vez mais a filosofia vai ser de contratualizar na proximidade aquilo que possa ser tratado na proximidade", tendo já quatro acordos de execução da delegação de competências celebrados com juntas de freguesia.
"Estes acordos de execução vão estar até ao final do mês de junho todos celebrados", representando uma transferência de cerca de um milhão de euros para as freguesias em 2014, acrescentou.
Os acordos dizem respeito não só a "reparação de estradas, jardins, fontenários e reparações de escolas", mas também à vertente social.
"Pedimos que as Juntas de Freguesia assumam um papel cada vez mais proativo no acompanhamento de famílias que sejam mais carenciadas", referiu.
O autarca sublinhou a "mudança de paradigma" que se verifica, lembrando que até aqui "as freguesias estavam essencialmente focalizadas na execução de obra".
"No domínio das infraestruturas, ainda há algumas que têm de ser feitas, mas temos de puxar esta nossa equipa cada vez mais para este ciclo de nova geração, mais focalizado no bem-estar das pessoas e, ao mesmo tempo, também na vertente económica", frisou.
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