Lusodescendente acusa procuradora-geral da Venezuela de não cumprir as suas funções
Porto Canal / Agências
Caracas, 14 mar (Lusa) - A lusodescendente Andrea Tavares, em nome da Coordenadora de Luta Social de Caracas, dirigiu-se, na sexta-feira, ao Ministério Público venezuelano para solicitar à procuradora-geral da República que se demita por alegadamente não estar a cumprir as suas funções.
"Não está a cumprir com as funções que estabelecem a Constituição e as leis", disse a luso-descendente aos jornalistas, referindo-se a Luísa Ortega Díaz.
De acordo com a porta-voz da Coordenadora de Luta Social de Caracas (CLSC), "há uma impunidade tremenda no país, que gerou um aumento da insegurança e, para completar, perante a profunda crise que vivemos e a repressão brutal deste regime, a procuradora colocou-se do lado dos repressores e não da justiça".
"Subordinou-se novamente a um partido político e a outro poder do Estado, pelo que é inviável que continue a exercer um papel que definitivamente não lhe interessa cumprir", frisou.
Segundo Andrea Tavares, a CLSC está ativa no município Libertador - o maior de Caracas -, através de encontros de vizinhos para estruturar uma agenda de ações nas ruas no âmbito dos direitos que a Constituição atribui aos cidadãos.
"Usamos as assembleias de cidadãos como instrumento de organização de luta em Caracas e estamos a contribuir para que se desenvolvam com toda a capacidade, com a intenção de que daí surjam espaços organizativos de luta, atividades e agendas de cada 'paróquia' (freguesia) em sincronia com a agenda de luta da oposição venezuelana", disse.
Ex-militante de Pátria Para Todos, uma organização que apoiou o projeto revolucionário do então Presidente Hugo Chávez, Andrea Tavares, convocou os venezuelanos a participarem hoje numa marcha em Caricuao (oeste de Caracas), "para demonstrar que o município Libertador também participa da rebelião democrática" que se reflete com marchas diárias em várias zonas do país.
A Venezuela é palco, há mais de um mês, de protestos diários, os quais resultaram em pelo menos 28 mortos e várias centenas de feridos.
FPG // DM.
Lusa/Fim