Pelo menos 30 feridos e oito viaturas incendiadas em confrontos na Venezuela
Porto Canal / Agências
Caracas, 12 mar (Lusa) - Pelo menos 30 pessoas ficaram feridas, uma delas a tiro, e oito viaturas foram incendiadas, esta terça-feira, na Venezuela, na sequência de violentos protestos na Universidade Centro-ocidental Lisando Alvaro, em Barquisimeto, a 380 quilómetros a sudoeste de Caracas.
Segundo as rádios locais, os confrontos, que duraram mais de cinco horas, entre estudantes e oficiais da Guarda Nacional, eclodiram depois de motociclistas armados terem atacado uma concentração de protesto junto à porta daquela universidade.
Fontes universitárias dão conta de que, além das oito viaturas de estudantes e funcionários da universidade, foram ainda incendiadas uma biblioteca e um gabinete.
Segundo manifestantes, encapuzados infiltraram-se na manifestação e também atearam fogo a um tanque militar.
Por outro lado, pelo menos 16 pessoas ficaram feridas no Estado de Mérida, 770 quilómetros a sudoeste de Caracas, em confrontos com os organismos de segurança e funcionários públicos que tentaram retirar barricadas colocadas na Avenida Las Américas.
Entretanto, em Caracas, o presidente da Câmara Municipal de Chacao (leste), Ramón Muchacho, disse que um grupo de encapuzados atacou as sedes do Ministério de Infraestruturas e a Direção Executiva da Magistratura, com 'cocktails' Molotov.
A Guarda Nacional (polícia militar) foi destacada para o local, tendo tentado dispersar os manifestantes com recurso a gás lacrimogéneo, .
A Venezuela tem sido palco, há um mês, de protestos diários contra a insegurança, escassez de produtos e repressão policial e pela liberdade de expressão, os quais, embora sendo pacíficos, degeneram, por vezes, em atos de violência que provocaram pelo menos 22 mortos, várias centenas de feridos e mais de mil detidos.
A oposição convocou para hoje uma marcha em Caracas, em que são esperadas milhares de pessoas de várias regiões do interior do país, para recordar que passou precisamente um mês sobre o dia em que três estudantes foram assassinadas durante uma marcha que terminou em atos de violência.
Segundo o presidente da Câmara Municipal de Libertador (centro de Caracas), a marcha da oposição não foi autorizada.
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