"Desestabilização" da Venezuela teria repercussões em todo o continente - Maduro

| Mundo
Porto Canal / Agências

Caracas, 11 mar (Lusa) - O Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, defendeu, esta segunda-feira, que uma eventual "desestabilização" da Venezuela teria repercussões na estabilidade política de "todo o continente".

"A estabilidade da América do Sul, das Caraíbas e inclusive de boa parte da América Central, depende hoje da estabilidade da Venezuela. Se desestabilizam a Venezuela, desestabilizariam todo o continente", disse, durante um encontro com artistas, em Caracas, numa alusão aos protestos que o seu Governo enfrenta há quase um mês.

Nicolás Maduro fez referência a planos de desestabilização que alegadamente são promovidos por setores da oposição e mostrou fotografias de atos de vandalismo, ocorridos no passado domingo na Praça Altamira de Caracas, onde um quiosque de venda de bilhetes do Metropolitano foi incendiado.

"Oitenta e dois diários da América publicam diariamente uma página contra a Venezuela (...) Isso é terrorismo. Ontem [domingo] começaram a dizer que eram infiltrados do Governo", frisou o chefe de Estado venezuelano, mencionando os acontecimentos de abril de 2002, em que Hugo Chávez foi temporariamente afastado do poder.

"Se tivessem derrubado a revolução bolivariana em 2002, não teria nascido a Petrocaribe (...) que é garantia económica e social de 18 países. Se a revolução desaparecesse e transnacionais chegassem outra vez para controlar o nosso petróleo seria uma questão de tempo - seis meses ou um ano - até vermos os pobres desesperados pela fome, nas Caraíbas, a agarrarem em balsas para subir em direção ao chamado sonho americano", disse.

A Venezuela tem sido palco, há um mês, de protestos diários contra a insegurança, escassez de produtos e repressão policial e pela liberdade de expressão, os quais, embora sendo pacíficos, degeneram, por vezes, em atos de violência que provocaram pelo menos 22 mortos, várias centenas de feridos e mais de mil detidos.

Na segunda-feira a polícia venezuelana impediu centenas de médicos de marcharem até à vice-presidência da Venezuela em protesto pela degradação dos serviços e a falta de materiais em mais de 300 hospitais do país, uma situação que, de acordo com o presidente da Federação Médica Venezuelana, Douglas León Natera, afeta negativamente o tratamento dos pacientes.

No entanto, um grupo de profissionais de Medicina Integral Comunitária foi autorizado a marchar até ao palácio presidencial de Miraflores, em defesa de programas assistenciais do Executivo.

FPG // DM.

Lusa/Fim

+ notícias: Mundo

Pela primeira vez, um submarino português navegou debaixo do gelo do Ártico

O submarino Arpão navegou durante quatro dias debaixo da placa de gelo do Ártico, tornando-se no primeiro navio português a fazê-lo.

Sobe para 67 número de mortos nas inundações no Brasil

As autoridades brasileiras atualizaram para 67 o número de vítimas mortais das inundações no sul do Brasil, enquanto 101 pessoas continuam desaparecidas.

Ex-membro da máfia de Nova Iorque escreve livro dirigido a empresários

Lisboa, 06 mai (Lusa) -- Louis Ferrante, ex-membro do clã Gambino de Nova Iorque, disse à Lusa que o sistema bancário é violento e que escreveu um livro para "aconselhar" os empresários a "aprenderem com a máfia" a fazerem negócios mais eficazes.