Bienal Anozero'19 mostra 39 artistas de 21 países em diversos espaços de Coimbra

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Porto Canal com Lusa

Coimbra, 16 out 2019 (Lusa) -- A terceira edição da Bienal de Arte Contemporânea de Coimbra (Anozero'19), a decorrer entre 02 de novembro e 29 de dezembro, conta com a participação, em diferentes espaços da cidade, de 39 artistas, de 21 países, foi hoje anunciado.

Com curadoria do professor da Universidade de São Paulo e curador-geral do Museu Oscar Niemeyer, no Brasil, Agnaldo Farias, e tendo como curadores adjuntos Lígia Afonso e Nuno de Brito e Rocha, o evento inspira-se e adota o título "A terceira margem", "tomado de empréstimo" do conto "A terceira margem do rio", de João Guimarães Rosa.

O conto apresenta, "pela voz de um filho, a história de um pai que, vivendo numa aldeia junto ao rio, decide mandar construir uma canoa para nele entrar e dele nunca mais voltar a sair", numa "autorreclusão a céu aberto" (para a qual não dá qualquer explicação), configurando um gesto que "define o território, tremendo, instável, insondável e indizível, da terceira margem, que é a nossa contemporaneidade".

Cinco frases do conto do escritor brasileiro funcionam como eixos conceptuais para "possíveis desdobramentos da bienal, que "serão interpretadas" por curadores, artistas, autores e alunos da Universidade de Coimbra (UC), foi sublinhado hoje, numa conferência de imprensa de apresentação do programa da bienal.

Essas frases sugerem silêncio ("nosso pai nada não dizia"), passagem ("longe, no não-encontrável"), marginalidade ("passadores, moradores de beira"), invenção ("executava a invenção") e, por fim, militância ("chega que um propósito").

"A terceira margem" apoia-se em três pilares: exposição, programa de ativação e livro, apresentando a exposição trabalhos de 39 artistas, em "diferentes lugares da cidade, ativando fortemente o seu património arquitetónico e imaterial, parcialmente qualificado pela UNESCO", sustentou o curador-geral da bienal.

O cineasta e artista visual britânico Steve McQueen, realizador de "Doze anos escravo" (Prémio Turner 1999), e a dupla portuguesa João Maria Gusmão e Pedro Paiva (que representaram Portugal na Bienal de Arte de Veneza, em 2009), são alguns dos 39 artistas (19 mulheres, 20 homens) cujas obras estarão na Anozero'19.

Da lista de artistas da bienal deste ano, com vinte obras comissariadas, também fazem parte, por exemplo, Anna Boghiguian, Bruno Zhu, Daniel V. Melim, Erika Verzutti, Joanna Piotrowska, Lynn Hershman Leeson, Magdalena Jitrik, Mariana Caló e Francisco Queimadela ou Tomás Cunha Ferreira, que apresenta a curadoria paralela de "ShipShape", uma exposição em torno da poesia visual, concreta e experimental.

"A bienal espraia-se pelas ruas do centro da cidade" (Edifício Chiado, Sala da Cidade e Galerias Avenida), pelos edifícios da UC (Colégio das Artes e Museu da Ciência/Laboratório Chimico e Galeria de História Natural) e pelos espaços do Círculo de Artes Plásticas de Coimbra (CAPC), além da "ocupação do singular Convento de Santa Clara-a-Nova", na margem esquerda do Mondego, que é o principal espaço da Anozero.

Parte do Convento, que pertence ao Ministério da Defesa, deverá passar para o município, por um período de 50 anos, para se tornar no local de referência da bienal, durante todo o ano, admitiu Carlos Antunes, diretor do Círculo de Artes Plásticas de Coimbra (CAPC), entidade promotora da Anozero, em cooperação com a UC, Câmara Municipal de Coimbra e Turismo Centro de Portugal.

O processo de concessão de mosteiros ao município está em curso, adiantou a vereadora da Câmara responsável pelo pelouro da cultura, Carina Gomes. É um processo complexo, pois, além de implicar diversas entidades, o monumento setecentista está incluído (na sua maior parte) no Revive, programa que pretende a recuperação de imóveis de reconhecido interesse, através da sua concessão a privados.

A edição deste ano da Bienal de Arte Contemporânea de Coimbra envolve um investimento da ordem do meio milhão de euros, suportados pela Câmara, Universidade, Turismo Centro de Portugal e por mecenas, estes com uma participação de cerca de 25% do seu custo.

Além de Agnaldo Farias, de Carina Gomes, de Carlos Antunes, participaram na sessão de apresentação do programa da bienal de 2019, o vice-reitor da UC Delfim Leão, o presidente da Turismo Centro de Portugal, Pedro Machado, e a curadora adjunta Lígia Afonso.

JEF // MAG

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