Eleições: Costa sugere que Bloco tem responsabilidades acrescidas numa solução estável

| Política
Porto Canal com Lusa

Lisboa, 07 out 2019 (Lusa) - O secretário-geral do PS deixou hoje um aviso ao Bloco de Esquerda, dizendo que quem assumiu como objetivo impedir a maioria absoluta dos socialistas tem agora responsabilidades acrescidas para assegurar uma solução de estabilidade política.

"Quem fixou como objetivo único da sua campanha eleitoral impedir uma maioria absoluta do PS, tem responsabilidades acrescidas de agora contribuir para a estabilidade política nos próximos quatro anos", declarou António Costa na conferência de imprensa da noite eleitoral dos socialistas, numa alusão ao Bloco de Esquerda.

Na conferência de imprensa, o líder socialista disse que a sua prioridade será tentar uma solução estável governativa após um entendimento com os seus atuais parceiros, mas avisou que essa responsabilidade "é partilhada" e que, se isso não for possível, terá de "procurar caminho".

"Independentemente da vontade dos outros, a nossa vontade firme e a nossa determinação é garantir quatro anos de estabilidade para Portugal no quadro parlamentar que os portugueses definiram", disse António Costa, que apontou diferenças entre o PCP e o Bloco de Esquerda na reação aos resultados das eleições legislativas de domingo.

"O PCP já disse que o quadro político é diferente e que não está disponível para repetir o que há quatro anos aceitou. Vamos ver se é assim ou se pode evoluir na sua posição. O Bloco de Esquerda disse que pode ser assim, como também poderia ser de forma diferente", observou.

Ou seja, segundo António Costa, "se for possível dessa forma" encontrar estabilidade política, "excelente; se não for possível dessa forma, ter-se-á de encontrar caminho para assegurar a estabilidade".

Mas o secretário-geral do PS deixou ainda mais avisos ao Bloco de Esquerda e PCP sobre a possibilidade de estas forças políticas aumentarem o caderno de encargos junto do seu Governo.

"Cada uma assumirá as suas responsabilidades. No exterior, elogiam Portugal por ter garantido quatro anos de estabilidade governativa - uma vantagem que não podemos desperdiçar, porque isso traduz-se em resultados concretos. Tudo faremos para garantir a estabilidade política em Portugal e se os outros não nos acompanharem assumirão as suas responsabilidades", frisou.

Neste ponto, o líder socialista pronunciou-se depois sobre o caderno de encargos colocado ao próximo Governo, designadamente por parte do Bloco de Esquerda.

"O caderno de encargos de cada partido é conhecido, porque é o seu programa eleitoral. O programa eleitoral do Bloco de Esquerda e do PCP foi conhecido e teve o resultado o apoio que os portugueses entenderam dar-lhes. O nosso caderno de encargos é o programa eleitoral do PS e que teve um apoio claramente reforçado nestas eleições", respondeu.

António Costa deixou depois mais uma advertência às forças à esquerda dos socialistas, apontando que "não são só os outros que tem caderno de encargos".

"Nós também temos e foi aquele que os portugueses sufragaram., A nossa responsabilidade é tomar a iniciativa. A responsabilidade dos outros é não fecharem a porta", declarou.

Interrogado sobre se o próximo Governo não nasce de mãos atadas, tal como afirmou temer ao longo da campanha eleitoral, o secretário-geral do PS sustentou que, "manifestamente, os portugueses deram um voto para a continuidade da atual solução política".

"É essencial para a credibilidade internacional do país, para garantir confiança dos investidores e criarem-se mais postos de trabalho haver estabilidade política no país", insistiu.

PMF // JPS

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