Quase 25% do corte de despesa para 2013 não está especificado
Porto Canal / Agências
Lisboa, 13 jun (Lusa) - O Governo não especificou as medidas que irá adotar para cortar quase 25% da despesa que diz que vai diminuir em 2013 no âmbito da reforma do Estado, segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI).
Numa das tabelas que fazem parte da análise feita pelo Fundo no âmbito da sétima avaliação do programa de assistência financeira a Portugal, estão previstos cortes de despesa de 1.411 milhões de euros em 2013, mas deste montante 350 milhões são explicados pela rubrica "outros", não se especificando como vão ser alcançados.
Nas restantes rubricas prevê-se que seja efetuado um corte de despesa de 334 milhões de euros com consumos intermédios dos vários ministérios e de 777 milhões de euros com a massa salarial do Estado.
Neste mesmo quadro, o Governo apresenta um corte de 4,7 mil milhões de euros, no âmbito da reforma do Estado, até 2014.
A 03 de maio, o Governo enviou uma carta à 'troika' (FMI, Banco Central Europeu e Comissão Europeia), em que especificava as medidas da reforma do Estado até 2015, apontando para um corte cumulativo de 4,7 mil milhões de euros neste horizonte temporal.
No entanto, no memorando hoje divulgado pelo FMI em conjunto com a análise da instituição no âmbito da sétima avaliação do Programa de Assistência Económica e Financeira (PAEF) de Portugal, o Governo afirma que "o pacote total de medidas para 2014 vai ascender a 4,7 mil milhões de euros".
Interrogado sobre se o Governo se comprometeu a antecipar em um ano, de 2015 para 2014, os cortes no âmbito da reforma do Estado, Abebe Selassie explicou que os números não são exatamente comparáveis e garantiu que o FMI não pediu mais ajustamento a Portugal nem em 2014 nem em 2015.
A avaliação hoje divulgada surge um dia depois de o Fundo ter discutido e aprovado a sétima avaliação a Portugal e o respetivo pagamento da oitava 'tranche' do empréstimo acordado, no valor de 657,47 milhões de euros, informou o Fundo.
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