Face Oculta: Mais quatro anos de prisão suspensa para Godinho por tentar desviar 56 mil euros

| País
Porto Canal com Lusa

Aveiro, Santa Maria da Feira, 09 set 2019 (Lusa) -- O sucateiro Manuel Godinho, principal arguido do processo Face Oculta, foi hoje condenado a quatro anos de prisão suspensa, por tentar desviar 56 mil euros de uma empresa, da qual era gerente, para evitar a cobrança de dividas fiscais.

Durante a leitura do acórdão do julgamento que decorreu no Tribunal de Santa Maria da Feira, no distrito de Aveiro, o juiz presidente disse que o empresário das sucatas "necessitava de fazer chegar o dinheiro à sua posse", tendo usado a namorada de um dos seus filhos e uma advogada, coarguidas no mesmo processo, para atingir esse objetivo.

Manuel Godinho, que não compareceu no Tribunal, foi condenado a dois anos de prisão, por um crime de abuso de confiança agravado, um ano e dois meses, pelo mesmo crime na forma tentada, dois anos, por branqueamento, um ano e dois meses, pelo mesmo crime na forma tentada, e nove meses, por frustração de créditos.

Em cúmulo jurídico, foi-lhe aplicada uma pena única de quatro anos de prisão, suspensa na sua execução, com a condição de pagar três mil euros aos Bombeiros da Feira.

O juiz justificou a suspensão da pena pelo facto de, à data dos factos, o arguido não ter antecedentes criminais.

A advogada que disponibilizou a sua conta bancária para receber o dinheiro também foi condenada a três anos de prisão, em cúmulo jurídico, pelos crimes de abuso de confiança agravado, branqueamento, frustração de créditos e falsificação de documento.

O tribunal condenou ainda a namorada de um dos filhos do sucateiro a um cúmulo jurídico de um ano e dois meses de prisão, por um crime de abuso de confiança na forma tentada e outro de branqueamento.

As penas destas duas arguidas também ficaram suspensas, com a condição de cada uma delas pagar três mil euros aos Bombeiros da Feira.

O Tribunal declarou ainda perdido a favor do Estado a quantia de 56 mil euros.

Segundo a acusação do Ministério Público (MP), consultada pela Lusa, este montante resultou do reembolso de impostos pagos pela empresa de comércio de sucatas e que tinham sido impugnados judicialmente, com o Tribunal Administrativo e Fiscal de Aveiro a decidir pela anulação da liquidação.

De acordo com a investigação, em janeiro de 2017, Manuel Godinho solicitou a transferência daquele montante para uma conta bancária de uma sociedade gerida pela namorada do seu filho, que tinha sido aberta uns dias antes.

No entanto, esta operação não veio a realizar-se porque o sucateiro decidiu alterar o destino da transferência para uma conta cotitulada por uma advogada.

O MP diz que o arguido não apresentou qualquer justificação económica para esta operação, que apenas terá servido para aquele se apropriar do referido montante.

Este é o quarto processo em que Manuel Godinho é julgado na sequência do Face Oculta. No processo principal, o sucateiro foi condenado em 2014, no Tribunal de Aveiro, a 17 anos e meio de prisão.

O empresário das sucatas recorreu para a Relação do Porto, que reduziu a pena para 15 anos e dez meses, e voltou a recorrer, desta feita para o Supremo Tribunal de Justiça, que diminuiu a pena para os 13 anos de prisão.

O acórdão condenatório já transitou em julgado, mas o sucateiro continua em liberdade, porque foram declarados prescritos vários crimes que lhe tinham sido imputados, aguardando a marcação de uma nova audiência de julgamento para determinação de novo cúmulo jurídico das penas aplicadas.

Além deste caso, o sucateiro foi condenado por crimes de corrupção ativa em dois processos que resultaram de certidões extraídas do caso Face Oculta e que já transitaram em julgado, tendo sido fixado um cúmulo jurídico de três anos de prisão efetiva.

O processo Face Oculta, que começou a ser julgado em 2011, está relacionado com uma alegada rede de corrupção que teria como objetivo o favorecimento do grupo empresarial do sucateiro Manuel Godinho nos negócios com empresas do setor do Estado e privadas.

Além de Manuel Godinho, foram arguidos no mesmo processo o ex-ministro Armando Vara, que já está a cumprir a pena de cinco anos de prisão a que foi condenado, o ex-presidente da REN (Redes Energéticas Nacionais) José Penedos e o seu filho Paulo Penedos.

Na primeira instância, dos 36 arguidos, 34 pessoas singulares e duas empresas, 11 foram condenados a penas de prisão efetiva, entre os quatro anos e os 17 anos e meio.

JDN // JAP

Lusa/Fim

+ notícias: País

FC Porto vai ter jogo difícil frente a Belenenses moralizado afirma Paulo Fonseca

O treinador do FC Porto, Paulo Fonseca, disse hoje que espera um jogo difícil em casa do Belenenses, para a 9.ª jornada da Liga de futebol, dado que clube "vem de uma série de resultados positivos".

Proteção Civil desconhece outras vítimas fora da lista das 64 de acordo com os critérios definidos para registar os mortos dos incêndios na região centro

A Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC) disse hoje desconhecer a existência de qualquer vítima, além das 64 confirmadas pelas autoridades, que encaixe nos critérios definidos para registar os mortos dos incêndios na região centro.

FC Porto em sub17 recebe e vence Padroense 2-1

A equipa de Sub-17 do FC Porto recebeu e bateu este domingo o Padroense (2-1), no Olival, em jogo da 11.ª jornada da 2.ª fase do Campeonato Nacional de Juniores B. Francisco Ribeiro (41m) e Pedro Vieira (62m) assinaram os golos dos Dragões, que mantêm a liderança da série Norte, com 28 pontos, mais três do que o Sporting de Braga.