Colina de Santana é "oportunidade de regeneração do centro de Lisboa" - António Costa
Porto Canal / Agências
Lisboa, 27 fev (Lusa) -- O presidente da Câmara de Lisboa, António Costa, defendeu na quarta-feira à noite que a desativação dos hospitais da Colina de Santana deve ser encarada como uma "oportunidade de regeneração do centro da cidade".
Recordando que o processo de encerramento de hospitais do centro da cidade e a sua transferência para o novo hospital de Todos-os-Santos, a construir em Marvila, é anterior a 2007, António Costa disse, num debate que decorreu na quarta-feira à noite na sede da Federação Área Urbana de Lisboa do PS, que a preocupação da autarquia foi que "a desativação não resultasse no vazio, mas na regeneração da cidade".
O autarca socialista lembrou que o objetivo estratégico da Câmara é "mais pessoas, mais emprego, mais cidade" e defendeu que, nesse sentido, este processo "é uma oportunidade de regeneração do centro da cidade".
Para os espaços que serão desocupados, António Costa disse que é preciso "compatibilizar diferentes usos", como a habitação, as unidades hoteleiras, a investigação (a faculdade de medicina da Universidade Nova de Lisboa e alguns institutos médicos vão permanecer na Colina), as atividades culturais e a defesa do património.
Por outro lado, o presidente da câmara disse que a construção do Hospital de Todos-os-Santos "pode cumprir o objetivo fundamental de criar uma nova centralidade na zona oriental da cidade".
António Costa defendeu que o novo hospital será de "referência, nacional e para servir o conjunto do país" e que será uma "melhor unidade hospitalar, prestará melhores cuidados de saúde e terá melhores acessos" do que as que vão encerrar, salvaguardando que o Governo "garanta a sua conclusão".
"A instalação do Hospital de Todos-os-Santos é positiva, um objetivo pelo qual nos devemos debater", afirmou.
Por sua vez, o vereador do Urbanismo da câmara de Lisboa, Manuel Salgado, acrescentou que na "melhor das hipóteses" o novo hospital só estará a funcionar em 2020 e que "só nessa altura" é que os hospitais da Colina passarão para Marvila.
Admitindo que existem zonas habitacionais com um nível de degradação e com condições de habitabilidade "mais graves do que a média da cidade", Manuel Salgado defendeu que é necessário um "programa de conjunto de longo prazo de regeneração e valorização patrimonial" da Colina de Santana que envolva o município, faculdades, as juntas e o Ministério da Saúde.
"Para tentar organizar uma candidatura conjunta a fundos europeus de reabilitação urbana e que preveja um plano escalado de investimentos no tempo. Precisamos de fazer este plano para aproveitar este potencial único", disse o vereador.
No debate promovido pela FAUL participou também o líder da bancada municipal do PS, Rui Paulo Figueiredo, que resumiu alguns dos temas em discussão na Assembleia Municipal de Lisboa, que desde dezembro que está a promover debates sobre o futuro da Colina de Santana. O próximo -- e último -- está marcado para 11 de março.
O projeto urbano para a Colina de Santana prevê a conversão de quatro hospitais daquela zona da capital (Miguel Bombarda, Capuchos, Santa Marta e São José) em espaços com valências hoteleiras, de habitação, comércio, estacionamento e lazer, aquando da sua desativação e transferência para o futuro Hospital de Todos-os-Santos.
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