Pires de Lima diz ser preferível exagerar nos elogios do que desvalorizar retoma
Porto Canal / Agências
Porto, 17 fev (Lusa) - O ministro da Economia, Pires de Lima, considerou hoje ser preferível exagerar nos elogios às empresas do que desvalorizar os sinais de retoma económica, como faz a oposição, admitindo um "excesso de linguagem" quando falou em "milagre económico".
Pires de Lima assumiu aos jornalistas, no Porto, à entrada para as jornadas do PSD/CDS-PP "Portugal no rumo certo. Mais Indústria. Melhor Economia. Mais Emprego", que a expressão "milagre económico" que usou anteriormente foi "manifestamente um excesso de linguagem", mas considerou que "toda a gente percebeu".
"Acho que é bem preferível, eventualmente, exagerar nos elogios que eu tenho feito às empresas por serem as grandes obreiras desta recuperação económica, tendo como parceiro o papel do Estado e do Governo do que, permanentemente, como fazem os partidos da oposição, desvalorizar os sinais de retoma económica, de crescimento económico", defendeu.
Na opinião do ministro, com esta atitude desvaloriza-se "o trabalho que as empresas em Portugal estão a fazer e que tem tradução muito nítida nos indicadores de crescimento económico que temos desde há três trimestres e na diminuição gradual, lenta mas consistente do desemprego".
A expressão "milagre económico" voltou à ordem do dia no debate quinzenal da passada sexta-feira, tendo o secretário-geral do PS acusado o Governo de estar a criar "uma fábula" para efeitos eleitorais, proclamando um "milagre económico", com o primeiro-ministro a contrapor que os socialistas parecem zangados quando há boas notícias.
Pires de Lima disse ainda hoje ser "muito importante" o convite feito pelos dois partidos que suportam a coligação sobre o fomento industrial, "um projeto que o Governo apresentou em novembro e que tem vindo a concretizar medida a medida e que é indiscutivelmente um tema prioritário na agenda da recuperação económica para os próximos anos".
"De tal forma que Portugal teve o gosto, a semana passada, de aqui receber os meus homólogos de Espanha e de Itália e liderar uma posição comum na Europa do Sul para que o tema da reindustrialização seja um tema central na agenda europeia e com isso possa gerar mais oportunidades de emprego", enfatizou.
O governante antecipou ainda aos jornalistas que iria falar também da discussão sobre infraestruturas em termos de investimento para os próximos anos, tema que está em discussão pública.
"Um tema para o qual nós queremos ouvir não só as forças da sociedade civil, as CCDR, mas também - como dei nota hoje no convite que fiz através do Ministério da Economia - todos os partidos que têm assento parlamentar", disse.
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