Trabalhadores da Servirail cumprem segundo dia de greve nos bares dos comboios
Porto Canal com Lusa
Lisboa, 29 jun (Lusa) - Os trabalhadores da Servirail cumprem hoje o segundo dia de greve nos bares e restaurantes dos comboios de longo curso e aprovaram a continuação do protesto no sábado, em defesa de aumentos salariais, anunciou o sindicato que convocou a greve.
"A paralisação continuou hoje com uma grande adesão e apenas trabalharam dois trabalhadores do quadro e dois temporários", disse à agência Lusa o dirigente do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria de Hotelaria, Turismo, Restaurantes e Similares, Francisco Figueiredo.
Segundo o sindicalista, os trabalhadores em greve reuniram-se em plenário durante a manhã, em Lisboa e no Porto, e aprovaram por unanimidade continuar a paralisação no sábado.
A paralisação começou às 0:00 de quinta-feira e pode prolongar-se por tempo indeterminado, dependendo da decisão que os trabalhadores tomem nos plenários marcados para todas as manhãs.
Na origem do conflito está a divergência quanto aos aumentos salariais: os trabalhadores reivindicam 25 euros enquanto a empresa não vai além dos 9 euros.
"Na última reunião de negociações a empresa concessionária dos bares e restaurantes dos comboios subiu a sua proposta de 8 para 9 euros, mas os trabalhadores não aceitam porque isso nem repõe as perdas resultantes da inflação", disse à Lusa Francisco Figueiredo.
Segundo o sindicalista, na origem do conflito laboral está também o descontentamento dos trabalhadores face à falta de condições de trabalho e à retirada de direitos.
Os 148 trabalhadores abrangidos pela greve desempenham funções no armazém de Lisboa e no do Porto e nos bares e restaurantes dos comboios intercidades e Alfa Pendular.
"A elevada adesão à greve tem deixado a maioria dos comboios Alfa Pendular e Intercidades sem refeições e serviço de bar", disse Francisco Figueiredo, acrescentado que a CP não está a aplicar à Servirail as devidas multas pela falta de prestação do serviço contratado nem está a avisar previamente os passageiros da falta do serviço.
A CP confirmou à Lusa que o contrato com a Servirail prevê penalizações em caso de incumprimento, mas não adiantou mais nada.
A empresa garantiu que tem avisado os seus clientes, "como é habitual", dos eventuais transtornos causados pela greve, na qual não tem qualquer envolvimento.
De acordo com Francisco Figueiredo, a maioria dos trabalhadores em greve ganha cerca de 600 euros.
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