Ordem dos Médicos pede afastamento de vogal do Centro Hospitalar Tondela-Viseu

| Política
Porto Canal com Lusa

Redação, 23 mai (Lusa) -- A Ordem dos Médicos anunciou hoje que vai pedir ao Ministério da Saúde o afastamento imediato do vogal do Centro Hospitalar Tondela-Viseu (CHTV) Francisco Faro e a nomeação de um novo diretor clínico para esta unidade.

"Vamos elaborar um ofício, no qual vai constar todas as dificuldades que foram enunciadas pelos diretores de serviço e, além disso, vamos pedir ao ministro da Saúde que afaste esse elemento do conselho de administração e que possibilite a nomeação de um diretor clínico", disse hoje à agência Lusa o presidente da Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos, Carlos Cortes, defendendo ser "absolutamente essencial" para aquele hospital haver um diretor clínico só com aquela função que "tenha o consenso do corpo clínico".

As declarações de Carlos Cortes surgem na sequência de uma reunião, na terça-feira, com diretores de serviços, de unidades e coordenadores do CHTV, um dia depois de estes terem apresentado a suspensão de funções em protesto contra a "degradação progressiva de vários serviços" na unidade de saúde.

Na segunda-feira, os responsáveis dos diferentes serviços do CHTV apresentaram formalmente "a suspensão imediata" das suas funções na direção dos serviços", por diversas razões "alicerçadas nos inúmeros problemas particulares de cada serviço", afirmam num documento a que a agência Lusa teve acesso.

"O desaparecimento completo da atividade do diretor clínico" e a "completamente inaceitável" (e "mais grave") substituição, "em manifestações públicas da vida clínica hospitalar pelo vogal executivo [do conselho de administração]", engenheiro [Francisco] Faro" é outro dos motivos apontados pelos subscritores do documento, dirigido ao diretor clínico que é também o presidente da administração do CHTV, Cílio Correia.

Hoje, o dirigente da Ordem dos Médicos informou que os diretores reportaram "que existe um responsável desta situação, que é alguém que tem criado sistematicamente obstáculos àquelas que são as decisões clínicas, tem criado obstáculos no desenvolvimento daquele hospital, que é um elemento do conselho de administração que os diretores de serviço já pediram publicamente que seja afastado".

Para Carlos Cortes, aquele vogal trata o hospital "como se de uma folha Excel se tratasse, não considera as opções clínicas, mas as decisões são todas tomadas tendo em conta os aspetos exclusivamente financeiros".

"E quando há uma proposta, uma sugestão que poderia beneficiar o hospital (...), é imediatamente recusada por esse elemento do conselho de administração que parece que tem mais poder do que o próprio diretor clínico e ao mesmo tempo presidente do conselho de administração e acaba de alguma forma por censurar, por vetar, tudo aquilo que tem a ver com o desenvolvimento desse hospital", acrescentou Carlos Cortes.

O dirigente da Ordem dos Médicos sublinhou que aquele vogal "tem prejudicado o hospital naquelas que são áreas clínicas e que deviam ser áreas de decisão do direito clínico e não de um membro que nada tem a ver com estas questões".

"O engenheiro Francisco Faro é um gestor da área da saúde que tem tido (...) uma intromissão absolutamente inédita, que eu não conheço em mais nenhum hospital, naquelas que são as áreas clínicas, vetando e criando obstáculos a tudo aquilo que tem a ver com desenvolvimento do hospital nesta área -- que é uma área clínica e que de alguma forma ele entenda que possa aqui ter implicações financeiras", frisou, para realçar que o CHTV "era até há bem pouco tempo dos hospitais de onde chegavam menos queixas à Ordem dos Médicos", mas, "neste último ano, semana sim semana não", esta entidade tem recebido "queixas sobre a maneira como o hospital está a ser conduzido".

A Lusa procurou obter uma reação do presidente do conselho de administração do CHTV, sem sucesso.

SR (JEF) // SSS

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