Renunciar à presença do Irão em 'Genebra 2' é "um erro" - Rússia
Porto Canal / Agências
Moscovo, 21 jan (Lusa) - A Rússia considerou "um erro" o recuo da ONU na decisão de convidar o Irão para a conferência de paz sobre a Síria, denominada "Genebra 2", declarou hoje o ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Serguei Lavrov.
"É um erro", disse à imprensa.
"Sublinhámos sempre que todos os atores externos com influência na situação devem estar representados", acrescentou, quando questionado sobre a decisão do secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, de retirar o convite que tinha endereçado ao Irão, para salvar a conferência, que começa na quarta-feira.
Lavrov criticou as explicações apresentadas por Ban para este recuo.
"Quando o secretário-geral da ONU disse que era obrigado a anular o convite feito ao Irão por este não apoiar os princípios inscritos no comunicado de 'Genebra 1' [de junho de 2012], esta é, na minha opinião, uma frase bastante retorcida", declarou Lavrov.
"Aqueles que exigiram a anulação do convite feito ao Irão são os mesmos que afirma que a aplicação do comunicado de Genebra deve resultar numa mudança de regime" na Síria, sublinhou.
Os Estados Unidos, Reino Unido e França, que apoiam a saída do Presidente sírio, Bashar al-Assad, exigiram que o Irão apoiasse uma transição democrática na Síria para estar presente na conferência.
"É uma interpretação desonesta do que foi acordado em Genebra em junho de 2012", disse.
O ministro russo considerou que a ausência do Irão em 'Genebra 2' não era "uma catástrofe".
"Lamento que toda esta história não tenha reforçado a autoridade da ONU", declarou.
A Rússia, fiel aliado do regime de Bashar al-Assad, está na origem, juntamente com os Estados Unidos, da proposta de realizar a conferência de paz 'Genebra 2', para tentar encontrar uma solução política para a guerra civil na Síria, que já causou mais de 130 mil mortos e milhões de refugiados e deslocados desde março de 2011.
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