Formação prioritária face a investimento nas bibliotecas escolares - Responsáveis
Porto Canal / Agências
Trofa, 16 jan (Lusa) - Mais do que de investimento financeiro, responsáveis da Rede de Bibliotecas Escolares e do Plano Nacional de Leitura defenderam hoje, na Trofa, que a "promoção da leitura" precisa é de "estratégias no terreno, formação e criatividade".
"Até agora nós, Plano Nacional de Leitura e Rede Nacional de Bibliotecas Escolares, temos tido os mesmos cortes, nos últimos anos, do que outros organismos do Ministério da Educação. Não tem havido aumento do orçamento, mas também seria estranho que houvesse", disse o comissário do Plano Nacional de leitura, Fernando Pinto do Amaral.
O responsável falava, à Lusa, à margem do seminário "O papel das bibliotecas escolares na aplicação das metas curriculares", promovido pela Rede de Bibliotecas da Trofa, no qual foi feita, também, uma reflexão, sobre a promoção da leitura.
Fernando Pinto do Amaral destacou as "novas boas escolas com grandes e boas obras e boas bibliotecas", para garantir que "ao longo dos anos Portugal tem vindo a fazer um grande esforço em equipamentos".
"Temos de fazer aquilo em que gastamos menos dinheiro, que são as soluções concretas ao nível curricular e dos recursos humanos. Não é preciso gastar muito dinheiro para promover a leitura. É preciso imaginação e ter vontade de o fazer. Mas é evidente que os cortes afetam a todos", referiu Fernando Pinto do Amaral.
Opinião semelhante demonstrou a responsável da Rede de Bibliotecas Escolares do Ministério da Educação, Elsa Conde, que defendeu que "nesta fase o mais crítico não é o investimento", embora, como admitiu, "ele exista", mas sim "a necessidade de investir na formação dos recursos humanos, na sua atualização".
"As restrições orçamentais refletem-se sempre nos recursos que podemos afetar mais ou menos às bibliotecas. Mas não pode fazer disso um fator de tal ordem gravoso que comprometa aquilo que é o trabalho das bibliotecas que felizmente não depende só de verbas e de investimentos materiais", disse, à Lusa, Elsa Conde.
Por sua vez, a professora de Português, Rosa Mesquita, convidada para o debate que decorreu na Escola Secundária da Trofa por ser formadora ma área das metas curriculares, alertou apenas para a necessidade de substituir, no próximo ano letivo, os manuais de 8.º ano que existem nas bibliotecas escolares, mas garantiu que "as editoras já assumiram essa garantia".
Também questionado sobre se as bibliotecas escolares podem estar a ressentir-se dos cortes orçamentais do Governo, o coordenador Interconcelhio da Rede de Bibliotecas Escolares, António Pires, confirmou que "há falta de dinheiro", mas atribuiu essa realidade "não há má vontade da tutela", mas sim à "conjuntura financeira difícil do país".
"A primeira consequência disso pode ser o facto de haver desatualização do fundo documental e isso pode desviar os potenciais leitores. Mas existem muitas mais e boas estratégias para cativar jovens leitores", concluiu António Pires.
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