Autarca de S. Pedro da Cova população compensada por Governo pelos resíduos perigosos

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Porto Canal / Agências

Gondomar, 14 jan (Lusa) - O presidente da União de Freguesias de Fânzeres e S. Pedro da Cova, Daniel Vieira, quer que o Governo compense a população desta localidade do concelho de Gondomar após a remoção dos resíduos depositados nas antigas minas locais.

"Esta população foi confrontada com um problema de toneladas de resíduos perigosos depositados nesta freguesia. Pensamos que é necessário uma solução pós-remoção. Esta população deve ser compensada por este crime ambiental. E não haveria melhor forma do que a requalificação ambiental de todo o espaço envolvente", defendeu Daniel Vieira.

O autarca falava, à agência Lusa, após uma audiência na Assembleia da República que serviu para a União de Freguesias de Fânzeres e S. Pedro da Cova confrontar a Comissão Parlamentar do Ambiente e Ordenamento do Território com os "atrasos sucessivos" na resolução do problema de depósito de resíduos perigosos nesta localidade.

"Os responsáveis por esta situação foram aqueles que permitiram o seu depósito em 2001 e 2002 mas também são aqueles que não fazem o que está ao seu alcance para que o problema seja resolvido", referiu Daniel Vieira.

Em novembro de 2012 a Comissão Europeia instou o Estado português a limpar definitivamente os resíduos tóxicos nas minas desativadas de S. Pedro da Cova, em Gondomar, ameaçando recorrer para o Tribunal de Justiça Europeu.

Mas a remoção das 88 toneladas de resíduos perigosos daquele local, estimada em cerca de 10 milhões de euros, encontra-se parada apesar do Ministério do Ambiente já ter, após concurso de caráter internacional que data de 10 de julho, adjudicado a obra à ECODEAL - Gestão Integral de Resíduos Industriais.

Ao todo, foram 14 as empresas que concorreram a este concurso, tendo as Semural - Waste & Energy SA. e ABB - Alexandre Barbosa Borges, SA. entregado providências cautelares em tribunal, travando o avanço deste processo.

"A população de S. Pedro da Cova continua sem saber se há, neste momento, consequências, quer ao nível do meio ambiente quer ao nível da sua própria saúde. Se o Governo caracterizou este caso como um caso de emergência pública e relevante, exige-se uma informação à população", acrescentou Daniel Vieira.

Com a reunião de hoje na Assembleia da República, o autarca de Gondomar conseguiu o compromisso por parte de todos os partidos com lugar na Comissão de Ambiente de que vão entregar perguntas ao Governo sobre o caso e questionar o próprio Ministério na próxima audiência deste organismo, à partida marcada para início de fevereiro.

"Há cerca de três anos estivemos nesta comissão e os resíduos nem sequer eram considerados perigosos, portanto eramos acusados de alarmistas, mas agora saímos daqui satisfeitos porque os deputados prometeram questionar o Ministério. Este é um caso é de emergência pública. É a saúde das pessoas que está em causa. Da nossa parte nunca o iremos deixar morrer. Agora fiscalizaremos esse compromisso", prometeu Daniel Vieira.

Outro dos pontos da reunião prendeu-se com as análises feitas à qualidade da água de S. Pedro da Cova pois a população quer saber se pode consumir água de poços e furos e usar os cursos de água - ribeira da Parada e rio Ferreira, por exemplo - para atividades domésticas e agrícolas.

Daniel Vieira levou a promessa de que durante o primeiro trimestre de 2014 a população de S. Pedro da Cova conhecerá as conclusões das análises feitas em dezembro de 2013.

PYT (JAP) // MSP

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