Administração da Ambar mantém-se convicta de que empresa será viabilizada

| Economia
Porto Canal / Agências

Porto, 09 jan (Lusa) - A administração da Ambar manifestou-se hoje à Lusa "convicta" de que será possível "viabilizar sustentadamente" a empresa e "segura da legalidade" do plano de recuperação aprovado pelos credores.

A renomada empresa de produtos de papelaria do Porto reagia assim, em comunicado enviado à agência Lusa, ao anúncio do recurso interposto pelo BCP no Tribunal da Relação do Porto com vista a travar a aplicação do plano de recuperação.

Aprovado em novembro de 2013 por uma curtíssima margem de votos, o plano viola, na opinião do banco, várias normas legais e o princípio de igualdade de tratamento dos credores", implicando "um perdão de mais de 88% da dívida" reclamada pelo Millenium, "quando para os demais créditos o perdão é de 62%".

Também apontadas são alegadas irregularidades na votação do documento, designadamente a "violação do quórum deliberativo" previsto no CIRE.

Para a administração da Ambar, o plano de recuperação "foi legalmente aprovado" pelos credores, "obtendo, nos termos da lei, a maioria de votos necessários".

"Isso mesmo foi reconhecido pelos administradores judiciais a 7 de novembro de 2013, bem como por despacho do meritíssimo juiz de 17 de dezembro", salienta, recordando que os argumentos do BCP foram "desconsiderados em favor dos apresentados pela administração da Ambar", tendo o juiz "decretando que se publicasse a aprovação do plano".

Garantindo que a administração "está segura da legalidade do plano por si apresentado" e "tudo fará para defender o seu projeto e os postos de trabalho que o mesmo viabiliza", a empresa afirma-se "convicta de ter, neste momento, reunidas as condições que permitirão de forma definitiva viabilizar sustentadamente a sociedade".

O plano de recuperação da Ambar foi aprovado no início de novembro com 23,66% do total de votos emitidos, apenas cinco centésimos acima do 'quórum' necessário de 23,61%.

Apesar de o BCP, detentor de 22,42% dos créditos reclamados (no valor de 4,232 milhões de euros) sobre a empresa, ter votado contra o plano de recuperação, a maior acionista e filha do fundador da Ambar, Isabel Barbosa, com 23,78% dos créditos (no valor de 4,489 milhões de euros), pronunciou-se favoravelmente, bem como a Autoridade Tributária e a Segurança Social.

No total, a empresa tem uma dívida reclamada de 18,876 milhões de euros, mais de cinco milhões dos quais referentes a créditos de trabalhadores.

O plano de recuperação foi apresentado pela diretora financeira e pelo diretor de recursos humanos depois de os administradores judiciais terem defendido a inviabilidade da empresa.

Prevista está realização de uma operação harmónio (redução seguida de aumento de capital) no âmbito da qual passará a ser acionista da empresa o Fundo Revitalizar Norte, gerido pela sociedade de capital de risco Explorer Investments, assim como a manutenção de 105 dos atuais 142 postos de trabalho.

O objetivo é tentar relançar a atividade da empresa do Porto, fundada em 1939 por Américo de Sousa Barbosa e que chegou a faturar mais de 30 milhões de euros, mas cuja situação financeira se foi degradando nos últimos anos, já sob gestão da filha do fundador.

PD // VC

Lusa/fim

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