Recuperação da Ambar viabilizada "à tangente" pelos credores

Recuperação da Ambar viabilizada "à tangente" pelos credores
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Porto Canal

Os credores da Ambar votaram favoravelmente o plano de recuperação traçado por dois diretores da empresa com vista à reestruturação financeira e que prevê a entrada no capital de uma sociedade de capital de risco.

Segundo revelou à agência Lusa fonte do Tribunal do Comércio de Vila Nova de Gaia - onde corre o processo de insolvência da emblemática empresa de produtos de papelaria do Porto - o plano de recuperação foi aprovado com 23,66% do total de votos emitidos, apenas cinco centésimos acima do quórum necessário de 23,61%.

Decorrido o prazo dado pelo tribunal aos credores para se pronunciarem, por escrito, manifestaram-se contra 23,56% dos votos emitidos.

"Foi mesmo à tangente", disse à Lusa o administrador judicial José da Costa Araújo.

O BCP, que é o principal credor da empresa, com 22,42% dos créditos reclamados (no valor de 4,232 milhões de euros), votou contra o plano, mas a maior acionista e filha do fundador da Ambar, Isabel Barbosa, com 23,78% dos créditos (no valor de 4,489 milhões de euros), pronunciou-se favoravelmente, bem como a Autoridade Tributária e a Segurança Social.

No total, a empresa tem uma dívida reclamada de 18,876 milhões de euros, mais de cinco milhões dos quais referentes a créditos de trabalhadores.

O plano foi apresentado pela diretora financeira e pelo diretor de recursos humanos da Ambar, nomeados pelo tribunal como administradores da empresa, depois de os administradores judiciais terem defendido a sua inviabilidade.

A proposta dos administradores judiciais Armando Rocha Gonçalves e José da Costa Araújo, que propunha a liquidação do património da empresa "com a maior urgência", foi em agosto chumbada pelos credores, tendo sido entregue aos dois diretores, quadros da Ambar há mais de 20 anos, a responsabilidade de apresentação do plano de recuperação agora aprovado.

O plano pressupõe agora a realização de uma operação harmónio (redução seguida de aumento de capital), no âmbito da qual passará a ser acionista da empresa a sociedade de capital de risco Explorer Investment.

José Nogueira, representante da atual administração, referiu que a Explorer Investments equaciona investir até um máximo de 4,5 milhões de euros para promover o crescimento e modernização da atividade da empresa.

Em contrapartida, o investidor "impõe como primeira condição" que a Ambar passe a ter capitais próprios mínimos de 100 mil euros, bem como que "a dívida financeira seja reduzida a 3,5 milhões de euros", o que implica um perdão do valor correspondente a 62% dos créditos reclamados, advertiu.

Nos termos do plano, serão mantidos 104 dos atuais 142 postos de trabalho.

O objetivo é tentar relançar a atividade da empresa do Porto, fundada em 1939 por Américo de Sousa Barbosa e que chegou a faturar mais de 30 milhões de euros, mas cuja situação financeira se foi degradando nos últimos anos, já sob gestão da filha do fundador.

Muito criticada pelos trabalhadores, que lhe atribuíram a "lamentável proeza de passar de 20 milhões de euros faturados em 2010 para seis milhões em 2012", a gestão da herdeira de Américo de Sousa Barbosa levou um grupo de 30 trabalhadores a, em fevereiro passado, apresentar um pedido de insolvência especial com vista à recuperação da empresa, acusando a então administradora de "incapacidade pessoal, técnica e profissional".

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