Países Não-Alinhados contra intenção dos EUA de transferir embaixada para Jerusalém

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Porto Canal com Lusa

Caracas, 06 dez (Lusa) -- O Movimento dos Países Não-Alinhados expressou "grave preocupação" pela intenção dos EUA de transferir a sua embaixada em Israel de Telavive para Jerusalém, o que representaria um reconhecimento de Washington daquela cidade como capital do Estado hebraico.

O Movimento, cuja presidência rotativa é assumida atualmente pelo Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, advertiu na terça-feira que "tais ações provocativas" não observam as resoluções do Conselho de Segurança" da ONU e "aumentarão ainda mais as tensões" na zona, "com potenciais repercussões de grande alcance".

Num comunicado divulgado pela diplomacia venezuelana, o Movimento, surgido depois de formados os dois grandes blocos da Guerra-Fria, liderados pelos Estados Unidos e pela antiga União Soviética (URSS), recorda as resoluções da ONU em que se fala de Israel como "potência ocupante" e se pede a retirada de todas as representações diplomáticas da Cidade Santa.

"O Gabinete de Coordenação do Movimento dos Países Não-Alinhados (MNOAL) reafirma o seu histórico apoio e solidariedade para com a justa causa da Palestina, assim como o seu firme compromisso de continuar a apoiar o heroico povo palestiniano no seu afã por conquistar os seus direitos inalienáveis e as suas legítimas aspirações nacionais", lê-se no texto, citado pela agência de notícias espanhola Efe.

Entre esses direitos e aspirações figura o "seu direito à autodeterminação, à liberdade e à independência no Estado da Palestina, com Jerusalém Oriental como sua capital".

A Casa Branca indicou que o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, vai anunciar hoje, num discurso marcado para as 13:00 (18:00 em Lisboa), a decisão de considerar Jerusalém como a capital de Israel e de transferir a embaixada, atualmente localizada em Telavive.

Altos funcionários da administração norte-americana, que falaram sob a condição de anonimato, citados pelas agências internacionais, adiantaram que Donald Trump vai reconhecer Jerusalém como capital de Israel, transformando-se assim no único país do mundo a fazê-lo.

Segundo as mesmas fontes, o Presidente dos Estados Unidos vai, de seguida, ordenar ao Departamento de Estado que inicie a transferência da embaixada de Telavive para Jerusalém, um processo que, no entanto, deve prolongar-se por anos.

A comunidade internacional nunca reconheceu Jerusalém como capital de Israel, nem a anexação da parte oriental conquistada em 1967.

Israel considera a Cidade Santa a sua capital "eterna e reunificada", mas os palestinianos defendem pelo contrário que Jerusalém-leste deve ser a capital do Estado palestiniano ao qual aspiram, num dos principais diferendos que opõem as duas partes em conflito.

Os países com representação diplomática em Israel têm as embaixadas em Telavive, em conformidade com o princípio, consagrado em resoluções das Nações Unidas, de que o estatuto de Jerusalém deve ser definido em negociações entre israelitas e palestinianos.

Uma lei norte-americana de 1995 solicitava a Washington a mudança da embaixada para Jerusalém, mas essa medida nunca foi aplicada, porque os Presidentes Bill Clinton, George W. Bush e Barack Obama adiaram sua implementação, a cada seis meses, com base em "interesses nacionais".

Dado o tempo que deve levar a transferência da embaixada para Jerusalém, Trump deve assinar, na mesma ocasião, uma ordem para prorrogar a aplicação dessa lei.

DM (AJO/PCR/CC/MDR) // VM

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