Incêndios: PSD defende exclusiva responsabilidade do Governo perante problema de proteção civil

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Porto Canal com Lusa

Lisboa, 26 out (Lusa) - O PSD defendeu hoje que os incêndios deste verão se deveram a um problema de proteção civil da exclusiva responsabilidade do Governo, enquanto PS e BE contra-atacaram que "a questão central" é a reforma da floresta.

A troca de acusações surgiu no final do debate no parlamento sobre o relatório da Comissão Técnica Independente aos incêndios de junho, até aí a decorrer em clima de serenidade parlamentar, com familiares das vítimas a assistir nas galerias da Assembleia.

O deputado do PSD Nuno Serra defendeu que "o que se passou este ano foi claramente um problema de proteção civil, cuja responsabilidade é exclusivamente deste Governo", argumentando que perante a primeira falha do Estado, em junho, "a resposta do Governo foi fácil", ao centrar-se na reforma da floresta por fazer.

"Será que na consciência desta maioria nunca lhes ocorreu que o problema maior terá sido no combate e na deficiência da proteção civil?", questionou o social-democrata, vincando que "o Estado falhou duas vezes em quatro meses".

Na réplica do BE, o deputado Pedro Soares declarou: "A direita não aprendeu nada".

"A questão essencial é a reforma da floresta", argumentou o bloquista, sustentando que só o ordenamento do território, combatendo a monocultura do eucalipto, permitirá dar combate os incêndios, cada vez mais severos devido às alterações climáticas.

O socialista Jorge Lacão acusou o PSD de ter uma visão unilateral do problema, ao focar-se apenas no combate e socorro, considerando que evitou a conclusão de que há um problema de ordenamento florestal, agravado pelos desafios climáticos, a seca extrema e o abandono do interior.

"A responsabilidade é de todos nós e também, pondo a mão na consciência, do PSD", afirmou.

O CDS-PP não alinhou na dicotomia entre proteção civil e reforma florestal, embora tenha acentuado as conclusões do relatório sobre as falhas operacionais e de comando.

"O facto de censurarmos e de politicamente sermos críticos não significa, como dissemos desde o primeiro dia desta legislatura, que não tenhamos uma posição positiva, construtiva", defendeu Telmo Correia que, após a moção de censura proposta pelo CDS e que foi chumbada, sublinhou que "será com este Governo que é necessário olhar estas matérias" para "reparar, reconstruir, reformar, recuperar".

Também o PCP, que, desde a tragédia de Pedrogão não partilhou nem a urgência nem o conteúdo da reforma florestal do Governo, declarou não aceitar "que coloquem a culpa no Estado".

"O Estado não falhou, o que falhou foram as políticas desenvolvidas por PS, PSD e CDS. O Estado tem as costas largas, mas os culpados estão identificados", defendeu o deputado João Ramos.

Pelo partido ecologista "Os Verdes", a Heloísa Apolónia defendeu a urgência de as populações e empresas terem apoio "sem burocracias" e desafiou o Governo a colocar em prática as conclusões do relatório, defendendo uma aposta na prevenção.

No mesmo sentido, o deputado do PAN (Pessoas-Animais-Natureza) André Silva, disse não acreditar "numa estratégia que não volte a apostar na prevenção", salientando a necessidade "medidas políticas a curto prazo para a diversificação da floresta com a utilização de espécies que conduzam a formações menos combustíveis, nomeadamente carvalhos, castanheiros ou outras folhosas".

ACL // ZO

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