Problemas nas comunicações dificultam socorro em Mira

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Porto Canal com Lusa

Mira, Coimbra, 17 out (Lusa) - O socorro às vítimas dos incêndios no concelho de Mira está a ser dificultado por problemas na rede de comunicações usada pelos Bombeiros, Proteção Civil e autarquia, disse hoje à agência Lusa o presidente da Câmara.

Raul Almeida diz mesmo que estes problemas nas comunicações ajudarão a explicar o facto de ainda não ter sido contactado por qualquer responsável da Administração Central para fazer o balanço do impacto dos incêndios no concelho.

"Se calhar, não conseguem contactar comigo. Quando voltar a poder usar o telefone vou ser inundado de mensagens", ironiza o autarca.

Fazer uma chamada por telemóvel em Mira é praticamente impossível em grande parte do concelho, sobretudo através da rede Meo, em muitas zonas as linhas terrestres não funcionam, e há freguesias inteiras sem televisão ou internet.

"Desde domingo à noite que temos grandes problemas nas comunicações. Bombeiros, Proteção Civil e autarquia usam telefones [com prefixo] 96, cuja rede deixou de funcionar por causa dos incêndios. Ainda não conseguimos obter uma resposta da empresa sobre quando será reposta a normalidade", queixa-se Raul Almeida, acrescentando que a autarquia não conseguiu até agora chegar à fala com o engenheiro da Meo responsável pela instalação no concelho do sistema de fibra.

Para ultrapassar o problema, a autarquia comprou telefones de outra operadora e está a usar sistemas alternativos, como "walkie talkie" e rádio.

Os serviços da autarquia ainda não têm estimativas sobre os prejuízos provocados pelos fogos, até porque a prioridade está a ser dada ao socorro às populações. Os fogos em zona florestal que persistiam em diversos pontos de concelho na segunda-feira foram praticamente extintos pela chuva que caiu durante a noite, mas na zona industrial ainda há fábricas a arder.

Os serviços da autarquia têm prestado especial atenção à população idosa do concelho, havendo por outro lado muitas situações de mortes de animais de criação, que acabaram encurralados pelas chamas.

Durante hoje de manhã foi montado um perímetro de segurança na zona industrial, onde matérias-primas resinosas e plásticos ainda alimentam as chamas. No total foram afetadas sete empresas, num total de 150 a 200 trabalhadores. Só na Siro, um dos maiores empregadores do concelho, ficaram em risco cem postos de trabalho, embora as primeiras notícias apontem para que a empresa retome rapidamente a laboração.

Ao contrário do que chegou a ser noticiado, a Pescanova, a sul da praia de Mira, não chegou a ser afetada pelas chamas, graças à construção de aceiros que impediram o avanço do incêndio.

Aos poucos, frisa Raul Almeida, "a vida volta à normalidade". As escolas reabriram, o Centro de Saúde permanece com horário alargado e os serviços sociais prestam assistência nas freguesias, havendo poucos casos de desalojados.

"Ainda não tivemos tempo para nos sentarmos a avaliar prejuízos, mas vamos ter de começar a tratar disso", diz Raul Almeida, que preside a um concelho cuja extensa mancha florestal foi fortemente afetada pelas chamas.

RBF // SSS

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