Sindicato dos Enfermeiros Portugueses "finalmente teve a inspiração correta"

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Porto Canal com Lusa

Lisboa, 14 set (Lusa) - O presidente da Federação Nacional de Sindicatos de Enfermagem (FENSE) afirmou hoje à Lusa que o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP) "finalmente teve uma inspiração correta" ao marcar uma greve.

"Vejo com bons olhos esta greve, os nossos inimigos não são os trabalhadores nem os sindicatos. O SEP é um sindicato da concorrência, mas finalmente tiveram uma inspiração correta", disse à Lusa José Correia de Azevedo, presidente da Federação Nacional dos Sindicatos de Enfermagem, que engloba o Sindicato dos Enfermeiros e Sindicato Independente dos Profissionais de Enfermagem.

O dirigente sindical considerou que caso o SEP aderisse a "qualquer esmola que o Ministério da Saúde desse aos enfermeiros através deles, seria a destruição do próprio sindicato".

O Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP) decidiu hoje convocar uma greve para 03, 04 e 05 de outubro, disse à Lusa o presidente da estrutura, José Carlos Martins.

A decisão foi tomada após uma nova reunião com o ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, que o SEP considerou inconclusiva, apesar dos compromissos assumidos pela tutela sobre as 35 horas semanais de trabalho para todos os enfermeiros, a reposição das horas de qualidade e o aumento dos salários para os enfermeiros especialistas.

O anúncio da greve segue-se a uma paralisação de cinco dias, que termina na sexta-feira, convocada por outros dois sindicatos de enfermagem: Sindicato dos Enfermeiros e Sindicato Independente dos Profissionais de Enfermagem.

José Correia de Azevedo frisa que esta é uma medida correta em termos sindicais, referindo que demonstram que "estão ao lado dos trabalhadores", mas explicou que a FENSE tem o seu próprio calendário.

"Já tínhamos planeado uma greve, mas não para essa altura. Nós tínhamos já programada uma greve para a segunda semana a seguir às eleições e se não nos atenderem vamos entregar um pré-aviso. Só faz sentido aderir à greve do SEP se houver um projeto comum, mais nada", defendeu.

Apesar disso, o dirigente sindical salienta que está disponível para o diálogo.

"Nós somos os reis do diálogo. Andámos dois meses a falar para surdos encarregados do Ministério da Saúde, a discutir coisas que até sabíamos não tinham efeito nenhum, mas fizemos um projeto com princípio, meio e fim. Faltando ali o Ministério das Finanças, tínhamos a perceção que estávamos a ser embrulhados e isso confirmou-se", disse.

José Correia de Azevedo acrescentou ainda que o impacto da greve que está a decorrer até sexta-feira "teve influência" na decisão do SEP em avançar também para uma greve.

"Tivemos muitas adesões de sócios deles. Na Avenida dos Aliados um grupo de sócios deles pediu para tirar uma foto comigo e isto é um símbolo que as coisas para eles não vão bem", concluiu.

AJO (ER) // JNM

Lusa/fim

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