Prejuízos na floresta superiores a 84 milhões de euros

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Porto Canal com Lusa

Figueiró dos Vinhos, Leiria, 03 jul (Lusa) -- A maior fatia dos prejuízos decorrentes dos incêndios na região Centro advém da floresta e contabiliza 84 milhões de euros dos quase 200 milhões hoje anunciados pelo Governo.

De acordo com o relatório elaborado pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) do Centro, hoje apresentado em Figueiró dos Vinhos, os prejuízos na floresta (medidas de estabilização de emergência, maquinaria e equipamento [privado]) cifra-se em 83,049 milhões de euros, mais um milhão referente a limpeza das linhas de água.

Os prejuízos diretos dos incêndios que começaram na região Centro no dia 17 de junho, nomeadamente em Pedrógão Grande e Góis, ascendem a 193 milhões, estimando-se em 303 milhões o investimento em medidas de prevenção e relançamento da economia.

Estes são os dados que constam do relatório elaborado pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro e hoje apresentado em Figueiró dos Vinhos às sete Câmaras que foram afetadas pelos incêndios: Pedrógão Grande, Figueiró dos Vinhos, Castanheira de Pera, Penela, Sertã, Pampilhosa da Serra e Góis.

"No que respeita aos prejuízos causados pelos incêndios florestais para os sete concelhos, confirma dados do ICNF {Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas], a área de floresta ardida corresponde a 45.979 hectares (ha), sendo 43.201 ha de floresta, matos e pastagem. O valor dos danos para a maquinaria e equipamento privado, perda de material lenhoso e medidas de estabilização de emergência é de 84,049.089 milhões de euros", diz o relatório.

No referido documento percebe-se igualmente que os danos em habitação particular (169 casas de primeira habitação, 205 de segunda e 117 casas devolutas) são de 27,679 milhões de euros.

O valor global de danos estimados para a Indústria e Turismo é de 31,196 milhões de euros, sintetiza ainda o documento da CCDR.

O cadastro das atividades económicas foi efetuado pelo IAPMEI e pela CCDR do Centro, tendo como base os seus levantamentos próprios e das autarquias afetadas.

Foram atingidas nos concelhos de Pedrógão Grande, Figueiró do Vinhos, Castanheira de Pera e Góis 49 empresas que, em menor ou maior grau, afetam 374 trabalhadores.

"A CCDR Centro articulou com o Centro de Emprego e Formação Profissional de Leiria a situação futura dos trabalhadores, tendo-se conseguido concluir que no total poderão estar em causa 51 postos de trabalho. A maioria das empresas irá continuar a laborar mantendo, por agora, os postos de trabalho", diz o relatório.

Esta informação da CCDR do Centro acrescenta que 27,596 milhões de euros, ainda no capítulo das atividades económicas, dizem respeito a edifícios, armazéns, infraestruturas elétricas e de abastecimento de água, óleos, pneus e combustíveis, infraestruturas informáticas, maquinaria diversa, tratores, giratórias, pá de rastos, máquinas de rechega, retroescavadoras, dumper, carrinhas ligeiras, veículos de mercadorias ligeiros e pesados, atrelados e galeras, linhas de produção completas (serração, fabricação de 'pellets' de madeira e de resíduos diversos e produção de azeite) com perda total, entre outros prejuízos.

"Nesta componente foram identificados também alguns prejuízos em unidades de alojamento local e em alguns trilhos e percurso, sobretudo nas Aldeias do Xisto deste território. Os valores estimados pelo Turismo de Portugal apontam para 3,6 milhões.

Na agricultura, o documento aponta para 21,567 milhões de euros de prejuízos, valor semelhante ao de infraestruturas e equipamentos municipais, que é de 21,709 milhões.

A rede viária nacional sofreu prejuízos de 2,586 milhões de euros.

A mobilização de meios de combate a estes incêndios na região Centro aponta para 4,5 milhões de euros.

Dois grandes incêndios começaram no dia 17 de junho em Pedrógão Grande e Góis, tendo o primeiro provocado 64 mortos e mais de 200 feridos. Foram extintos apenas uma semana depois.

Segundo os dados do Instituto de Conservação da Natureza e das Floresta, a área ardida nos incêndios que começaram em Góis e Pedrógão Grande é de 45.979 hectares.

SSS // MCL

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