Ministro da Agricultura afirma que quem tirar proveito "próprio" dos incêndios vai ser prejudicado

Ministro da Agricultura afirma que quem tirar proveito "próprio" dos incêndios vai ser prejudicado
| Política
Porto Canal com Lusa

O ministro da Agricultura, Luís Capoulas Santos, afirmou esta quarta-feira no parlamento que quem procurar utilizar as consequências dos incêndios da região centro em "benefício próprio" vai ser prejudicado, nomeando o líder do PSD, Passos Coelho.

"Neste momento quem usar a tática política, quem procurar utilizar este tema em benefício próprio vai-lhe suceder exatamente o contrário, como o triste episódio protagonizado pelo líder do seu partido", afirmou o governante, numa resposta ao deputado social-democrata Maurício Marques.

Na comissão parlamentar de Agricultura e do Mar, Capoulas Santos começou por defender que nas "questões vitais para o país exige-se a todos os decisores políticos que façam um esforço", como o Governo está a fazer e a "dialogar com todos sem procurar 'fait-divers'".

o ministro da Agricultura acrescentou a disponibilidade para "acolher todas as propostas", que no caso do PSD "foram zero".

"Vou recusar neste debate e em qualquer outro que politizemos ou que partidarizemos este tema e a recomendação que faria é: vamos todos discutir a floresta, vamos discutir as propostas e o que faz falta", instou.

Na resposta a estas palavras, Maurício Marques referiu que "não entraria no estado de espírito" do ministro e solicitou uma "discussão séria".

"É isso que estamos fazer, contrariamente ao senhor ministro, que está a dizer que a colaboração e prestação do meu partido foi zero, mas entrou neste parlamento uma proposta subscrita pelo PSD e CDS-PP para uma das reformas que está hoje em discussão: o sistema nacional de informação cadastral", sublinhou.

Na segunda-feira de manhã, após uma visita ao quartel dos bombeiros de Castanheira de Pera, distrito de Leiria, o presidente do PSD acusou o Estado de falhar no apoio psicológico às vítimas do incêndio de Pedrógão Grande, dizendo ter tido conhecimento de que um suicídio ocorreu por falta desse apoio.

No final desse dia, Passos Coelho pediu desculpas por ter usado "informação não confirmada" ao falar num suicídio, depois desmentido, e o provedor da Santa Casa da Misericórdia de Pedrógão Grande, João Marques, assumiu ter dado uma informação errada ao líder social-democrata sobre um alegado suicídio na sequência dos incêndios.

Os incêndios que deflagraram na região Centro no dia 17, e que demoraram uma semana a serem extintos, provocaram 64 mortos e mais de 200 feridos.

Mais de dois mil operacionais estiveram envolvidos no combate às chamas, que consumiram 53 mil hectares de floresta, o equivalente a cerca de 75 mil campos de futebol.

A área destruída por estes incêndios - iniciados em Pedrógão Grande, no distrito de Leira, e em Góis, no distrito de Coimbra - corresponde a praticamente um terço da área ardida em Portugal em 2016, que totalizou 154.944 hectares, segundo o Relatório Anual de Segurança Interna divulgado pelo Governo em março.

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