CGTP-IN ao lado dos professores e acusa Ministério de promover monólogo
Porto Canal com Lusa
Lisboa, 21 jun (Lusa) -- O secretário-geral da CGTP-IN, Arménio Carlos, atribuiu hoje ao Ministério da Educação a responsabilidade pela greve dos professores, acusando a tutela de confundir diálogo com "um monólogo" sem resultados.
O dirigente sindical esteve ao lado da Federação Nacional dos Professores (Fenprof) no primeiro balanço da greve, em Lisboa, saudando todos os docentes que na sua opinião estão hoje a dar "um exemplo de grande dignidade" ao defenderem os seus direitos e uma escola pública de qualidade.
Ao executivo deixou um recado: "Se porventura as sondagens que estão hoje dar valores simpáticos ao PS, estão a levar alguns ministérios, e particularmente o Ministério da Educação, a regressar aos tempos do passado - em que tínhamos ministros que não dialogavam, mas impunham, - então este é o momento de alertarmos o governo para que não siga esse caminho".
A CGTP considera que com este governo é possível encontrar posições negociadas, mas "em tempo útil".
Arménio Carlos deixou um apelo para o diálogo "com resultados" e para uma abertura que já houve no passado e que neste momento entende estar a retroceder.
"Não procuramos o conflito, mas também não o negaremos se formos obrigados a dar passos em frente", advertiu.
De acordo com Arménio Carlos, os últimos dados oficiais confirmam que, nos primeiros quatro meses do ano, aumentou o número de paralisações, comparativamente a período homólogo de 2016.
"A esmagadora maioria das paralisações está a verificar-se no setor privado e isto quer dizer que, se há medidas que foram tomadas e valorizamos, há muitas outras podiam ter sido feitas e não foram e há uma clara insatisfação", disse.
A insatisfação, prosseguiu, verifica-se em vários setores de atividade e também na área da Administração Pública, particularmente entre os professores.
Os professores estão hoje a realizar uma greve, para a qual foram decretados serviços mínimos por forma a garantir a realização dos exames nacionais do ensino secundário e provas de aferição do ensino básico.
A paralisação foi convocada pelas principais estruturas sindicais de docentes, a Federação Nacional dos Professores (Fenprof), afeta à CGTP-In, e a Federação Nacional da Educação, afeta à UGT.
Os sindicatos decidiram avançar com a greve, após sucessivas reuniões inconclusivas com o Ministério da Educação, inclusive na véspera da paralisação, apresentando como reivindicações a abertura de concursos de vinculação extraordinária para docentes contratados, um regime especial de aposentação, o descongelamento de carreiras e uma redefinição dos horários de trabalho.
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