Ramos-Horta destaca "legado de coragem, integridade e compaixão"
Porto Canal / Agências
Bissau, 06 dez (Lusa) - José Ramos-Horta, representante das Nações Unidas para a Guiné-Bissau, lamentou hoje a morte do antigo presidente da África do Sul, Nelson Mandela, considerando que será sempre lembrado pela "coragem, integridade e compaixão".
Numa nota de condolências, Ramos-Horta recordou a primeira vez que se avistou com Mandela.
"Foi em 1995, era eu um desconhecido que lutava pela liberdade do meu país", Timor-Leste, recordou.
Ramos-Horta estava em Joanesburgo e afirmou que não queria deixar a África do Sul sem ver Mandela.
Acabaria por ser recebido na residência do líder sul-africano, que se encontrava em convalescença após uma intervenção cirúrgica e que lhe disse: "Contaram-me que não se iria embora sem me ver. E porque tenho a certeza que você tem muito trabalho a fazer pelo seu país, decidi recebê-lo imediatamente, para não ficar à espera".
"Foi de ir às lágrimas e nunca mais esquecerei o gesto", conclui Ramos-Horta.
A morte de Nelson Mandela, aos 95 anos, foi anunciada na quinta-feira à noite pelo Presidente da República da África do Sul, Jacob Zuma, motivando de imediato reações de pesar a nível mundial.
"A nossa nação perdeu o maior dos seus filhos", disse Jacob Zuma, anunciando que a bandeira sul-africana vai estar a meia-haste a partir de hoje e até ao funeral de Estado, marcado para 15 de dezembro.
O Comité Nobel norueguês considerou hoje Nelson Mandela, que esteve preso quase trinta anos pela sua luta contra o regime do "apartheid" da África do Sul, "um dos maiores nomes da longa história dos prémios Nobel da Paz".
Mandela foi o primeiro Presidente negro da África do Sul, entre 1994 e 1999.
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