Crescimento económico do Brasil revisto em baixa devido à crise política
Porto Canal com Lusa
São Paulo, 12 jun (Lusa) -- Os analistas do mercado financeiro brasileiro pioraram as previsões de crescimento da economia no contexto da crise política que o país atravessa e que se agravou nas últimas semanas.
A projeção para o crescimento económico em 2017 passou de 0,50%, calculado há uma semana, para 0,41%, previsto na análise hoje divulgada pelo Banco Central.
Numa referência à inflação em 2017, os especialistas reduziram a sua projeção de 3,90% para 3,71%, abaixo da meta fixada pelo Governo (4,50%), com uma margem de tolerância de dois pontos percentuais.
Os cálculos estão incluídos no boletim semanal do Banco Central, na sequência de consultas regulares a economistas e cerca de 100 instituições financeiras.
Para 2018, o mercado financeiro espera um crescimento do PIB de 2,30%, uma percentagem inferior ao projetado há uma semana (2,40%).
A redução das previsões económicas para 2017 e 2018 demonstram o pessimismo dos analistas, e quando se intensifica a crise política com a decisão do Tribunal Supremo de iniciar uma investigação ao Presidente Michel Temer por suspeitas de corrupção.
Os economistas receiam que a crise e a eventual renúncia de Temer que continua a ser exigida pela oposição e mesmo por deputados que o apoiavam paralisem o Governo e as votações no Congresso sobre as reformas económicas consideradas decisivas para a recuperação da economia.
Neste clima de incerteza política e económica, os analistas também diminuíram a projeção da inflação para 2018, que passou de 4,40% para 4,37%.
A queda dos preços foi provocada pela recessão, que multiplicou o desemprego e reduziu os salários dos trabalhadores, e pela política restritiva do Banco Central, que nos últimos anos decidiu aumentar as taxas de juro para dificultar o acesso ao crédito.
Após uma taxa de inflação de 10,67% em 2015, o maior nível em 13 anos, o índice caiu para 6,29% em 2016.
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