Manchetser sob vigilância redobrada vive ambiente sombrio
Porto Canal com Lusa
A cidade de Manchester está hoje sob vigilância redobrada e ensombrada pelo atentado terrorista da noite anterior, que causou pelo menos 22 mortos.
À porta da principal estação de comboios, Manchester Picadilly, estão pelo menos cinco veículos da polícia e vários agentes armados com 'tasers' e armas automáticas.
Mais à frente, em Picadilly Gardens, praça onde habitualmente param dezenas de pessoas, o reforço policial é igualmente visível e o ambiente é sombrio.
Várias pessoas abordadas pela agência Lusa preferiram não comentar o atentado da noite anterior, que resultou em pelo menos 22 mortos confirmados e 59 feridos.
Porém, o sentimento geral é de consternação. "É triste, porque o que fizeram foi matar o maior número de pessoas possível e eram sobretudo crianças", lamentou o septuagenário Gerry Ford, natural da cidade, em declarações à agência Lusa.
Na sua memória está ainda a grande explosão de 1996 causada por uma bomba de 1,5 tonelada colocada pelo IRA.
"Eu estava aqui e senti o abanão", recordou a propósito do atentado de há 21 anos, que não fez vítimas mortais mas deixou mais de 200 feridos.
Gerry Ford não conhece a artista Ariana Grande, cujo concerto atraiu na noite de segunda-feira milhares de crianças e adolescentes à Arena de Manchester. Porém, o acontecimento não o deixou indiferente.
Adepto do Manchester United, Gerry Ford mostra pouco interesse na final da Liga Europa na quarta-feira quando a sua equipa vai disputar com o Ajax em Estocolmo.
Na mão segura uma cópia do jornal local, o Manchester Evening News, cuja manchete é "Massacre" e que fez uma edição especial com um caderno de 34 páginas sobre o assunto.
"Não preguei olho a noite inteira. Hoje vou à igreja e vou rezar uma prece pelas vítimas e famílias", acrescentou.
Pelo menos 22 pessoas morreram e 59 ficaram feridas numa explosão na Arena de Manchester, no norte da Inglaterra, na segunda-feira, no final de um concerto da cantora Ariana Grande, segundo o balanço mais recente da polícia.
O comandante da polícia de Manchester, Ian Hopkins, disse que as autoridades suspeitam que o responsável foi um homem apenas, que morreu na explosão e que "transportava um engenho explosivo improvisado, que detonou, causando esta atrocidade".
As autoridades britânicas estão a tratar este caso como um "incidente de terrorismo".
A primeira-ministra britânica, Theresa May, já condenou o atentado: "Todos os ataques terroristas são terríveis, mas este destaca-se pela aterradora cobardia doente de quem visa crianças e jovens".