Abaixo-assinado contesta encerramento de Finanças de Penalva do Castelo
Porto Canal / Agências
Penalva do Castelo, 29 nov (Lusa) -- Um abaixo-assinado contra o encerramento da repartição de Finanças de Penalva do Castelo começou hoje a circular para exigir ao Governo a manutenção deste serviço com todas as valências atuais.
Aproveitando ser dia de feira, a Comissão de Utentes dos Serviços Públicos de Penalva do Castelo realizou hoje um plenário com a população, tendo sido recolhidas cerca de 200 assinaturas.
"Houve pessoas que se disponibilizaram a levar o abaixo-assinado para as suas freguesias", contou à agência Lusa António Vilarigues, da comissão de utentes, considerando que a população não vai deixar de manifestar o seu descontentamento relativamente à possibilidade de encerramento da repartição de Finanças.
No documento, é explicado que a última versão conhecida do Plano de Redução e Melhoria da Administração Central (PREMAC) contempla o fecho do serviço de Finanças de Penalva do Castelo.
"O encerramento deste imprescindível serviço de proximidade para os utentes do concelho de Penalva do Castelo significaria um rude golpe para os cidadãos, as empresas e a economia local, tanto mais grave quanto, lamentavelmente, está nas intenções do Governo encerrar outros serviços públicos essenciais à qualidade de vida dos cidadãos", acrescenta.
António Vilarigues lembrou ser também intenção do Governo "transferir a comarca de Penalva do Castelo do Tribunal de Mangualde para o Tribunal do Sátão", apesar de esta alteração não ter sido pedida nem pela população, nem pelos órgãos autárquicos.
"Isto demonstra que estas propostas nem sequer são pensadas com cabeça, tronco e membros, de uma forma integrada. Admitindo que iam em diante, as pessoas terão de ir tratar dos assuntos das Finanças a Mangualde e dos problemas judiciais ao Sátão", frisou.
No abaixo-assinado é referido que entre o concelho de Penalva do Castelo e a cidade de Mangualde existe "um serviço de transporte público insuficiente" e, por outro lado, verifica-se "um fraco índice de utilização das novas tecnologias e dos serviços 'online', sobretudo pela população idosa e pelos mais carenciados".
António Vilarigues considerou que esta proposta só prejudica a população, sem que signifique poupanças para o Estado.
"Quando muito, serão poupadas as rendas, porque os funcionários continuam a ser pagos e os meios que eles utilizam também", acrescentou.
Segundo António Vilarigues, o presidente da Câmara, Francisco Carvalho (que era o chefe da repartição de Finanças de Sátão), informou que "se fala em fazer balcões nas Câmaras ou nos Correios".
"Isso levanta problemas. Quem vai fazer esse serviço, é pessoal da administração tributária? Vão formar-se novas pessoas? E o problema da confidencialidade, dos arquivos, dos ficheiros?", questionou.
AMF // SSS
Lusa/fim