Novo Banco: DBRS admite cortar 'rating' se troca de obrigações se revelar "coerciva"

| Economia
Porto Canal com Lusa

Lisboa, 13 abr (Lusa) -- A DBRS admitiu hoje cortar o 'rating' do Novo Banco, já em 'lixo', caso a troca de obrigações que faz parte do acordo para a venda da instituição seja considerada "coerciva".

De acordo com a agência, que hoje divulgou um comunicado com esta informação no seu 'site', o facto de ter posto o 'rating' de dívida sénior do banco "sob revisão com implicações negativas" reflete a sua visão de que o risco dos detentores de obrigações aumentou pelo facto de o acordo, de final de março, para a venda da maioria do capital do Novo Banco à Lone Star implicar uma troca de obrigações com eventuais penalizações para os detentores dos títulos.

Segue-se agora o período de revisão, que pode ser até três meses, durante o qual a DBRS irá avaliar a instituição e a gestão deste dossiê, podendo depois pode baixar o 'rating' de 'CCC' para 'D', caso a "metodologia da oferta seja considerada coerciva para os detentores das obrigações".

O Novo Banco também divulgou hoje um comunicado sobre esta decisão da DBRS, no qual afirmou que a agência colocou em revisão com possíveis implicações negativas os 'ratings' de longo prazo de dívida sénior e dos depósitos (atualmente em CCC -- 'high') e ainda os 'ratings' de curto prazo de dívida e depósitos (atualmente R-5).

Além disso, o Novo Banco afirmou que a DBRS cancelou o 'rating' de BBB ('low') das obrigações seniores e não subordinadas garantidas pelo Estado Português, considerando que esta dívida foi reembolsada e/ou cancelada.

Em 31 de março, foi assinado o contrato de promessa de compra e venda entre o Fundo de Resolução e o fundo norte-americano Lone Star, para a alienação de 75% do Novo Banco, mantendo o Fundo de Resolução 25%.

A Lone Star não pagará qualquer preço, tendo acordado injetar 1.000 milhões de euros no Novo Banco para o capitalizar, dos quais 750 milhões quando o negócio for concretizado e os outros 250 milhões até 2020.

Já o Fundo de Resolução ficou com a responsabilidade de compensar o Novo Banco por perdas que venham a ser reconhecidas com os chamados ativos 'tóxicos' e alienações de operações não estratégicas, caso ponham em causa os rácios de capital da instituição, no máximo de 3,89 mil milhões de euros.

A concretização do negócio de venda do Novo Banco ainda está sujeita a três condições.

Desde logo, são necessárias as autorizações da Direção-Geral da Concorrência da Comissão Europeia e do Banco Central Europeu a ainda a troca de obrigações seniores com vista a poupar 500 milhões de euros.

Ainda não é conhecido o que implicará a troca de obrigações, cuja proposta será feita aos detentores de 3.000 milhões de euros destes títulos 'vivos' no balanço do Novo Banco, podendo ser proposto um corte de juros ou aumento de maturidades dos títulos ou até uma solução que implique as duas modalidades. Também poderá ser proposto uma redução do preço da obrigação.

Os obrigacionistas serão confrontados com o dilema de, caso não aceitem a solução proposta, o Novo Banco poder ser liquidado, com implicações também para os seus investimentos.

Esta semana, o ministro das Finanças disse que o mecanismo de transformação de dívida dos obrigacionistas do Novo Banco "será feito de forma voluntária", mas admitiu que perdas são uma peça do acordo com a Lone Star.

IM (JMG/ICO) // CSJ

Lusa/fim

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