Programa da 'troika' falhou todas as metas e resta ao Governo sair - BE

| Política
Porto Canal / Agências

Lisboa, 26 nov (Lusa) - O Bloco de Esquerda (BE) disse hoje que o programa de ajustamento firmado entre a 'troika' e Portugal "falhou todas as metas anunciadas" e "resta ao Governo sair" pois o executivo governa "sem qualquer legitimidade".

"A questão é simples. Na reta final de um programa que falhou todas as metas anunciadas, e sem qualquer legitimidade, resta ao Governo sair. Demitir-se. Para que com eleições se gere a legitimidade necessária a um programa para o país, em nome das pessoas", disse a coordenadora do BE Catarina Martins no parlamento, na intervenção de encerramento antes da votação final global do Orçamento do Estado (OE) para 2014.

A bloquista disse ser essencial uma "renovada e reforçada legitimidade interna e externa" para que "se resgate o Estado e a economia da tirania da dívida e do diretório europeu".

"Mais deste Governo será sempre menos país. Mais austeridade resultará sempre em menos soberania e liberdade. Fazemos uma escolha. Votamos com o país, votamos contra este orçamento", realçou a parlamentar.

O BE considera que o debate dos últimos dias no parlamento não foi o do OE para o próximo ano, antes o "do verdadeiro faz de conta em que se transformou a governação PSD/CDS-PP".

"Faz de conta que as contas batem certo. Faz de conta que, depois de falhadas todas as metas, a austeridade de 2014 vai funcionar onde falhou a de 2011, 2012 e 2013. Faz de conta que, cortando salários e pensões, o investimento vai florescer e o consumo disparar", considerou.

A coordenadora do Bloco voltou a enaltecer o papel da Constituição, que, considera, é o "entrave derradeiro a este ajuste de contas da direita com a História".

"É por isso que o Governo cavalga o discurso contra a Constituição e o Tribunal Constitucional. Porque sente que, sem o álibi da 'troika', tão cedo não terá outra oportunidade histórica para aplicar o seu programa: desregular o mercado de trabalho e fazer dos serviços públicos um entreposto para negócios privados financiados com os nossos impostos", sublinhou Catarina Martins.

Para a bloquista, o "falhanço" nas metas do memorando com a 'troika' "não é incompetência ou má vontade", antes resultado de "uma política deliberada e consciente de reconfiguração do contrato social existente" no país.

"Apelar ao consenso, neste contexto, é o canto da sereia para enganar os tolos que se querem deixar enganar. (...) Não há consenso possível na destruição do Estado social", alertou ainda.

PPF // SMA

Lusa/Fim

+ notícias: Política

“Não há condições políticas” para regresso do Serviço Militar Obrigatório, garante ministro da Defesa

O ministro da Defesa Nacional admitiu que “hoje não há condições políticas” para voltar a impor o Serviço Militar Obrigatório (SMO), sugerindo que os jovens que optem pelas Forças Armadas tenham melhores condições de entrada na universidade ou função pública.

"Acabarei por ser inocentado", diz Galamba sobre caso Influencer

O ex-ministro das Infraestruturas, João Galamba, disse esta sexta-feira que acredita que vai ser inocentado no processo Influencer e discorda que a Procuradora-Geral da República, Lucília Gago, deva prestar esclarecimentos no Parlamento.

25 de Abril. Eanes afirma que PCP tentou estabelecer regime totalitário

O antigo Presidente da República António Ramalho Eanes afirmou esta sexta-feira que durante o Período Revolucionário em Curso (PREC) o PCP se preparava para estabelecer um regime totalitário em Portugal e considerou que a descolonização foi trágica.