Ex-presidente da Coreia do Sul regressa a casa após passar 21 horas na Procuradoria

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Porto Canal com Lusa

Seul, 22 mar (Lusa) -- A ex-presidente sul-coreana regressou hoje a casa, depois de passar mais de 21 horas na Procuradoria, onde esteve a ser interrogada sobre o papel no escândalo de corrupção "Rasputina" que levou à sua destituição.

Park Geun-hye, que se submeteu pela primeira vez às perguntas do Ministério Público após ter perdido a imunidade, ao ser destituída a 10 de março, foi interrogada durante 14 horas e passou outras sete a rever a declaração.

Já tinha amanhecido quando Park, de 65 anos, abandonou a sede da procuradoria, em Seul, com um ar cansado e sem falar com os jornalistas concentrados no local.

Durante o processo, a antiga Presidente negou as 13 acusações das quais é suspeita, incluindo suborno e abuso de poder, mas não foram facultadas mais informações.

No exterior da sede da procuradoria, vários partidários de Park -- que passaram toda a noite no local -- saudaram a ex-Presidente à saída, agitando bandeiras.

Outro grupo recebeu-a de forma idêntica quando chegou à residência privada, na luxuosa zona de Gangnam, em Seul, com parte da rua que dá acesso à casa coberta com cartazes e mensagens de apoio.

Park foi a primeira chefe de Estado a ser destituída desde que a Coreia do Sul voltou a realizar eleições democráticas em 1987, algo que os defensores, quase todos nostálgicos da ditadura liderada pelo pai (Park Chung-hee), dizem ser uma conspiração da esquerda e dos meios de comunicação social sul-coreanos.

A antiga chefe de Estado perdeu a imunidade em 10 de março, após o Tribunal Constitucional ratificar a destituição, aprovada pelo parlamento, controlado pela oposição, em dezembro.

Após a destituição de Park, foram convocadas eleições presidenciais para 09 de maio, as primeiras antecipadas na Coreia do Sul.

O Ministério Público considerou, no início do processo, que Park terá atuado como cúmplice no caso de corrupção e tráfico de influências que tem como protagonista Choi Soon-sil, conhecida como a "Rasputina" sul-coreana por ser próxima da ex-chefe de Estado.

Park é acusada de ter permitido a intervenção de Choi em assuntos de Estado, apesar de não deter qualquer cargo público.

Já Choi Soon-sil foi acusada de ter extorquido aos principais conglomerados do país 77.400 milhões de won (cerca de 61 milhões de euros) a favor de em duas fundações que controlava, em troca de favores.

Ao todo, 30 pessoas foram até agora indiciadas no escândalo, que também afetou 53 empresas, incluindo gigantes como a LG, Hyundai ou Samsung.

Park Geun-hye foi a primeira mulher a ser eleita chefe de Estado na Coreia do Sul.

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