Cristina Carvalhal não quis ser "figura decorativa" no Teatro Viriato - Câmara de Viseu

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Porto Canal com Lusa

Viseu, 12 jan (Lusa) - O presidente da Câmara de Viseu, Almeida Henriques, esclareceu hoje que a atriz e encenadora Cristina Carvalhal decidiu não suceder a Paulo Ribeiro na direção do Teatro Viriato por não querer ser uma mera "figura decorativa".

"A Cristina Carvalhal aceitou o desafio de uma direção artística, mas recusou o convite para ser um fantoche de diretor artístico ou consultor ou relações públicas para inglês ver", contou o autarca aos jornalistas.

Após a saída do bailarino e coreógrafo Paulo Ribeiro para a Companhia Nacional de Bailado, Almeida Henriques sugeriu ao Centro de Artes do Espetáculo de Viseu (que gere o Viriato - teatro municipal) o nome de Cristina Carvalhal, mas, a 29 de dezembro de 2016, Paula Garcia (que exercia as funções de diretora adjunta desde 2007) foi anunciada como sendo a nova diretora-geral e de programação.

Almeida Henriques explicou que, a 29 de novembro, numa reunião com o ministro da Cultura, foi acordada "uma visão sobre a nova direção e a renovação do projeto do Teatro Viriato" e também "o perfil do novo diretor e um nome de um criador de dimensão nacional".

"Recebi nessa reunião luz verde do senhor ministro e do senhor secretário de Estado para encetar os contactos. No início de dezembro, reuni com a artista em causa, que sempre foi o nome que esteve em cima da mesa, Cristina Carvalhal", acrescentou.

Segundo o autarca social-democrata, a artista aceitou o desafio, "incluindo os termos financeiros pouco atrativos, disponibilizando-se para desenvolver o projeto em diálogo com o CAEV".

Almeida Henriques referiu que "as coisas não correram bem" no CAEV, porque, "na prática, a pessoa escolhida foi desconvidada".

"Há muitas formas de desconvidar alguém para um lugar, uma delas é subtrair funções, subtrair autonomia e subtrair liberdade. O que é um diretor artístico que não dirige artisticamente? Não é um diretor artístico, é uma fachada de um diretor artístico", considerou.

Na sua opinião, "um diretor artístico que não tem a última palavra a dizer na criação da programação de uma casa ou a quem só são pedidas opiniões, não é um diretor, é um consultor".

A 29 de dezembro, Almeida Henriques considerou que a escolha de Paula Garcia foi "uma resposta interna, de transição e destituída de ambição".

No dia seguinte, a direção do CAEV defendeu que Paula Garcia é uma escolha que garantirá a continuidade e qualidade do projeto artístico da instituição.

Na mesma nota, revelou que, após várias reuniões com Jorge Sobrado, adjunto de Almeida Henriques, entendeu integrar na direção do Teatro Viriato a pessoa proposta pela autarquia, na qualidade de diretor artístico, "tendo iniciado com a mesma os contactos e reuniões para a formalização do contrato, com definição de funções, entre outras".

"A 23 de dezembro, fomos informados pela pessoa proposta pelo senhor presidente da Câmara de Viseu que não aceitava o cargo de diretor artístico. Perante esta situação, a direção do CAEV deu cumprimento à cláusula relativa à direção do Teatro Viriato e divulgou ontem (dia 29 de dezembro), publicamente, a nomeação de Paula Garcia como diretora-geral e de programação do Teatro Viriato, tendo dado conhecimento prévio ao senhor presidente da Câmara de Viseu", concluiu.

Almeida Henriques disse hoje aos jornalistas ter "a maior das considerações e estimas" pelo CAEV, que tem autonomia de funcionamento e do qual é sócio e foi presidente do conselho fiscal.

"É um projeto do qual gosto muito, tenho um grande carinho pelo projeto e pelas pessoas", assegurou, acrescentando que, no entanto, isso não impede que "ansiasse que o Teatro Viriato tivesse uma pessoa que não fosse só uma programadora, que fosse também uma criadora".

"Não quero que seja um mero teatro de programação que se vai buscar fora. Quero que seja cada vez mais um teatro que faça produção própria", realçou.

No seu entender, através da Companhia Paulo Ribeiro, o Teatro Viriato continuaria a ter produção de espetáculos de dança e, com "uma pessoa da área da cultura ligada ao teatro, haveria a introdução de mais uma componente de criação".

A comprovar a boa-fé da Câmara está o facto de, enquanto o processo de escolha do sucessor de Paulo Ribeiro decorria, o executivo ter aprovado "a renovação, por um ano, do subsídio de 300 mil euros ao CAEV", referiu.

O Ministério da Cultura é também parceiro deste projeto, atribuindo 300 mil euros por ano. A Câmara aloca ainda mais cem mil euros relativos ao funcionamento do edifício.

AMF (CMM) // SSS

Lusa/fim

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