Mário Soares: Antigo líder trabalhista britânico recorda "visão e convicção"

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Porto Canal com Lusa

Londres, 10 jan (Lusa) - O antigo líder do Partido Trabalhista britânico Neil Kinnock recordou hoje Mário Soares como uma personalidade progressista e corajosa, "cuja visão e convicção foram cruciais para o avanço do país".

"Fiquei triste ao ter conhecimento da morte do Mário. Ele era um filho corajoso e progressista de Portugal, cuja visão e convicção foram cruciais para o avanço da nação", afirmou Kinnock, num depoimento à agência Lusa.

Kinnock, que foi líder do partido Trabalhista entre 1983 e 1992, lembra-se dos encontros com o antigo primeiro-ministro e antigo Presidente da República português, sobretudo nas reuniões da Internacional Socialista.

"Ele foi cordial e camarada comigo enquanto um jovem líder do Partido Trabalhista", recordou.

"Nós tivemos algumas discussões intensas e eu fui apanhado frequentemente no fogo cruzado entre o Mário e Willy Brandt, que tinham opiniões divergentes sobre o relacionamento com os países satélite da União Soviética", contou o atual membro da Câmara dos Lordes.

Todavia, acrescentou, todos respeitavam "a sua franqueza, a sua grande coragem na resistência à ditadura de Salazar e a sua inabalável dedicação à democracia. Todas essas qualidades - juntamente com seu sentido de humor, seu enorme repertório de histórias irreverentes e seu grande conhecimento - conquistaram uma grande afeição. Significava que a amizade superava até as discussões mais intensas".

"Eu tenho orgulho de tê-lo conhecido", vincou.

Mário Soares morreu no sábado, aos 92 anos, no Hospital da Cruz Vermelha, em Lisboa.

O Governo português decretou três dias de luto nacional, até quarta-feira.

O corpo do antigo Presidente da República está em câmara ardente no Mosteiro dos Jerónimos desde as 13:10 de segunda-feira, depois de ter sido saudado por milhares de pessoas à passagem do cortejo fúnebre pelas principais ruas da capital com escolta a cavalo da GNR.

O funeral realiza-se hoje, pelas 15:30, no Cemitério dos Prazeres, em Lisboa, após passagem do cortejo fúnebre pelo Palácio de Belém, Assembleia da República, Fundação Mário Soares e sede do PS, no Largo do Rato.

Nascido a 07 de dezembro de 1924, em Lisboa, Mário Alberto Nobre Lopes Soares, advogado, combateu a ditadura do Estado Novo e foi fundador e primeiro líder do PS.

Após a revolução do 25 de Abril de 1974, regressou do exílio em França e foi ministro dos Negócios Estrangeiros e primeiro-ministro entre 1976 e 1978 e entre 1983 e 1985, tendo pedido a adesão de Portugal à então Comunidade Económica Europeia (CEE), em 1977, e assinado o respetivo tratado, em 1985.

Em 1986, ganhou as eleições presidenciais e foi Presidente da República durante dois mandatos, até 1996.

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