Salgado desvaloriza tensão com Ricciardi por causa da sucessão no Grupo Espírito Santo
Porto Canal / Agências
Lisboa, 14 nov (Lusa) - O presidente do Banco Espírito Santo (BES) e líder do Grupo Espírito Santo (GES), Ricardo Salgado, considera que as tensões com José Maria Ricciardi, presidente do BES Investimento, em torno do processo de sucessão, não são exclusivas do grupo.
"São situações que acontecem na governação da banca. E não só do BES", afirmou Salgado, depois de questionado num evento da Associação Portuguesa para o Desenvolvimento das Comunicações (APDC), em Lisboa, sobre a matéria que fez correr muita tinta nos jornais desde a semana passada.
"Mas é tratado de forma própria. No grupo, é no conselho superior. E no BES, na assembleia geral, onde temos acionistas muito importantes, como o Crédit Agricole, e é por aí que as coisas têm que passar", acrescentou.
O presidente do BES, Ricardo Salgado, e o presidente do BES Investimento, José Maria Ricciardi, emitiram na segunda-feira uma declaração conjunta anunciando um entendimento sobre o processo de sucessão na liderança no Grupo Espírito Santo (GES).
"O Dr. Ricardo Espírito Santo Salgado esclarece que, quando vier a ser iniciado o processo de sucessão, considera que o Dr. José Maria Espírito Santo Ricciardi reúne todas as condições para ser um dos membros possíveis à sua sucessão", lê-se na nota enviada à agência Lusa, que é assinada pelos dois banqueiros.
Por seu turno, segundo o documento, "o Dr. José Maria Espírito Santo Ricciardi, em função de um conjunto de esclarecimentos obtidos, reitera o voto de confiança na liderança executiva do Dr. Ricardo Espírito Santo Salgado nas condições apresentadas na reunião do conselho superior do Grupo Espírito Santo no passado dia 7 de novembro".
Na prática, isto significa que o atual presidente do Banco Espírito Santo (BES) reconhece que José Maria Ricciardi poderá vir a ser o seu substituto à frente dos destinos do GES, ao passo que o líder do BES Investimento apoia a manutenção de Salgado na presidência do grupo.
"Após esclarecimentos havidos entre as partes, ficou clarificado que nunca houve uma tentativa de 'golpe de estado' no Grupo Espírito Santo", conclui a declaração conjunta.
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