Venezuela condena espionagem dos EUA e mantém as relações "congeladas"
Porto Canal / Agências
Caracas, 05 nov (Lusa) - A Venezuela condenou as ações de espionagem dos Estados Unidos a membros do Governo venezuelano e anunciou que manterá "congeladas" as conversas para restaurar as relações diplomáticas bilaterais devido à ingerência norte-americana.
"É inaceitável que nos espiem, a nós e a qualquer Governo do mundo. Para nós não é uma surpresa, nós sabemos que é precisamente (a espionagem) parte dos problemas nas relações entre a Venezuela e os Estados Unidos", disse o ministro dos Negócios Estrangeiros, Elías Jaúa.
O ministro falava na Cidade de México durante uma conferência de imprensa após um encontro com o seu homólogo mexicano, António Meade, durante o qual ambos responsáveis chegaram a um acordo para que uma Comissão Binacional de Cooperação se reúna no primeiro trimestre de 2014 para avançar na cooperação comercial entre ambos países.
No último domingo o diário norte-americano New York Times, revelou que em 2007 a Venezuela fazia parte de uma seleta lista de "alvos permanentes" de espionagem da Agência Nacional de Segurança (NAS) dos Estados Unidos.
Citando um relatório oficial compilado pelo ex-analista da CIA, Edward Snowden, e cedido pelo diário britânico The Guardian, o New York Times, explicou que a NAS espiou também a China, Coreia do Norte, Iraque, Irão e Rússia.
Também que vigiava de perto "os milhares de milhões de dólares que a China emprestava à Venezuela, para sistemas de radares e de perfuração petrolífera", os empréstimos da "Rússia, para mísseis e aviões de combate" e do "Irão, para uma fábrica de aviões não tripulados".
Segundo o New York Times, os Estado Unidos espiaram ainda as contas de email do pessoal do Ministério das Finanças da Venezuela e das dez principais autoridades económicas da Venezuela.
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