Berlim, 28 set (lusa) - O presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, afirmou hoje que os problemas do Deutsche Bank não estão relacionados com taxas de juro baixas, mas com "outras razões".

Draghi falava aos jornalistas em Berlim, depois de uma intervenção no Bundestag, onde explicou, numa comissão parlamentar, a política monetária da instituição que lidera.

"Se um banco representa um risco sistémico para a zona euro, isso não pode ser devido às baixas taxas de juro. Deve ter outras razões", assegurou.

Questionado sobre a possibilidade de a Alemanha ter de resgatar o Deutsche Bank, o presidente do BCE afirmou que não faz considerações sobre "instituições financeiras em particular".

Em termos gerais, o presidente da autoridade monetária reconheceu que a situação financeira dos bancos no Eurosistema é "muito heterogénea" e que enquanto alguns se mostram "muito resistentes" num cenário de taxas de juro baixas, outros são "mais afetados".

Segundo Draghi, alguns bancos estão a ter problemas que "não estão ligados" com a política monetária expansiva do BCE, mas com os seus "modelos de negócio" e "gestão do risco".

A situação no Deutsche Bank, principal banco alemão, tem estado em foco nos últimos dias, depois de ter sido anunciado que as autoridades norte-americanas reclamam ao banco o pagamento de 14 mil milhões de dólares para resolver um litígio nos Estados Unidos relacionado a crise do 'subprimes' (títulos de dívida suportados por crédito imobiliário sem qualidade).

As ações do banco têm sofrido perdas acentuadas na bolsa de Frankfurt, mas hoje registaram uma subida de 2,04%.

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