Na próxima quinta-feira, Pedro Passos Coelho e António Costa vão defrontar-se, pela última vez antes das eleições legislativas, num debate transmitido pelas rádios Antena 1, Renascença e TSF, seguindo um esquema semelhante ao que foi adoptado nas televisões portugueses, na semana passada.

Após um debate histórico na televisão portuguesa, onde António Costa foi declarado vencedor, os líderes da coligação e do PS sentem agora a pressão para vencer o segundo "duelo", de forma a elevarem a fasquia nas intenções de votos.

Os especialistas afirmam que só existem duas possibilidades: ou “Passos ganha e há empate, ou Costa repete a prestação do primeiro encontro e soma duas vitórias”, como foi declarado por Luís Santos, professor no Departamento de Ciências da Comunicação da Universidade do Minho (UM), em declarações ao Jornal de Notícias (JN). Todavia o professor salvaguarda que as vitórias não têm o mesmo peso para as duas forças políticas, visto que “ se duas vitórias de Passos dariam a vitória à coligação nas legislativas, duas vitórias de Costa não valem o mesmo, porque a pré-romana socialista foi cheia de casos e de erros”.

“Passos só tem duas saídas: ganha ou empata. Não pode voltar a perder porque os debates ajudam a criar uma onda favorável. É o tudo ou nada para ambos”, avança Felisbela Lopes, investigadora na área dos media na Universidade no Minho.

Após ter adoptado uma atitude de distanciamento do anterior primeiro-ministro, durante o confronto da semana passada, o candidato socialista demonstrou alguma agressividade sob "estilo socrático" quando foi entrevistado por Vítor Gonçalves, na passada quinta-feira. Acusando o mesmo de ser "o porta-voz da coligação", e isso será um assunto que certamente surgirá na discussão marcada para esta quinta-feira. Até porque o actual primeiro-ministro não teceu qualquer tipo de comentário face às declarações de Costa.

Este debate surge numa altura em que foi divulgada uma carta de 2011, redigida por Passos Coelho direccionada ao anterior primeiro-ministro, José Sócrates. Nesta estava implícita uma hipotética ajuda, por parte do PSD, ao Governo caso este solicitasse financiamento externo, para contornar a situação do país. Embora Passos Coelho já tenha reagido à mesma - aferindo que esta carta "só embaraça" o PS -, António Costa ainda não teceu qualquer comentário. Por isso, prevê-se que este assunto "aqueça" o debate da telefonia.

O debate está marcado para as 10h00 desta quinta-feira, e será transmitido em simultâneo pelas rádios TSF, Antena1 e Renascença. O confronto será transmitido em diferido nas televisões.