Legislativas 2015

Governo PS/BE? Catarina Martins "abriu a porta" a Costa

Porto Canal - 15-09-2015 0:22:23

A porta-voz do Bloco de Esquerda manifestou-se hoje disponível para um diálogo de Governo caso os socialistas abdiquem das suas propostas nas pensões e lei laboral, mas António Costa não respondeu e defendeu uma esquerda sem "fantasias".

Governo PS/BE? Catarina Martins "abriu a porta" a Costa

Este desafio a António Costa foi lançado por Catarina Martins no final de uma hora de frente-a-frente na TVI24, já depois de o líder socialista ter acusado o Bloco de Esquerda de nunca ter contribuído para a governabilidade, nem no país, nem na Câmara de Lisboa (onde rompeu com o vereador Sá Fernandes).

No seu minuto final de intervenção, Catarina Martins surpreendeu ao enunciar condições para um diálogo de Governo entre socialistas e bloquistas logo no dia após as eleições de 04 de outubro. "Se o PS estiver disponível para abandonar esta ideia de cortar 1660 milhões de euros nas pensões, abandonar o corte da TSU (Taxa Social Única) e o despedimento conciliatório, no dia 05 de outubro cá estarei para que possamos conversar sobre um Governo que possa salvar o país, que possa pensar como reestruturar a sua dívida".

"Se me disser que sim, ou que vai pensar, já valeu a pena este nosso encontro, mas se me disser que não as pessoas vão ficar a saber que no dia 05 de outubro o dr. António Costa pretende telefonar a Rui Rio ou a Paulo Portas", acrescentou a porta-voz do Bloco.

António Costa, porém, não respondeu ao repto e até deixou algumas farpas sobre o posicionamento político do Bloco de Esquerda.

O secretário-geral do PS referiu que a "governação não é algo de abstrato, mas sim algo de concreto para resolver a vida das pessoas", defendendo em seguida a necessidade de "uma esquerda com capacidade de governar, sem fantasias de nacionalização e sem estar dependente de propostas que implicam a rutura com o euro, porque isso seria a maior tragédia para o rendimento das pessoas, sobretudo daqueles que, ganhando pouco, ficariam ainda com menos".

António Costa falou depois na concessão de meios para as empresas investirem, no alívio da carga fiscal, no aumento dos rendimentos das famílias e reiterou a sua proposta (antes contestada por Catarina Martins) de baixar de forma provisória as contribuições para a Segurança Social.

"Queremos virar esta página", declarou.

Costa e Catarina Martins em choque nas pensões, Europa e economia

A porta-voz do Bloco de Esquerda, Catarina Martins, acusou hoje o PS de preparar-se para retirar 1660 milhões de euros aos pensionistas, enquanto António Costa contrapôs que a "retórica" bloquista, a concretizar-se, levaria Portugal ao "desastre".

Posições que foram trocadas entre a dirigente do Bloco de Esquerda e o secretário-geral do PS num frente-a-frente na TVI24, que começou com um breve consenso sobre a solução para os refugiados, mas que depois, ao longo de 50 minutos, caraterizou-se sempre por uma aberta divergência em torno de temas como as pensões, a reestruturação da dívida (e alinhamento na União Europeia), nacionalizações e lei laboral.

A porta-voz do Bloco de Esquerda foi a primeira a lançar o ataque, dizendo que os socialistas, se forem Governo, preparam-se para "retirar" ou mesmo "cortar" nos próximos quatro anos cerca de 1660 milhões de euros aos reformados, já que pretendem congelar as pensões. O líder socialista assumiu o congelamento da maioria das pensões (exceção feita às mínimas) enquanto a inflação for muito baixa, mas recusou com veemência a expressão "corte", protestando que Catarina Martins o tentara metê-lo "no mesmo saco da direita".

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