"Não se enganem. A esquerda e o Bloco de Esquerda defendem a democracia com firmeza e sem falhas. O PS tem dias", disse Fernando Rosas num comício na quarta-feira à noite, em Almada, Setúbal.

Foi aliás o fundador do BE que criticou as afirmações do presidente do PS, Carlos César - que disse que votar no BE era votar na direita -, considerando que esta acusação se reveste de falta de pudor.

"Pedir o voto para uma maioria absoluta, pedi-lo nestes termos, é pedir que a esquerda ceda os votos ao PS para o PS os usar aplicando as medidas contra as quais a esquerda protesta e não aceita", explicou.

Fernando Rosas recordou, ainda, que o PS se recusou a dar resposta à proposta de compromisso política que Catarina Martins apresentou a António Costa, questionando quem afinal faz o jogo da direita.

Foi a cabeça de lista do BE por Setúbal, Joana Mortágua, que arrancou as maiores gargalhadas de uma sala cheia em Almada, quando considerou que a ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque - que é cabeça de lista pela coligação Portugal à Frente no distrito de Setúbal - "é candidata ao prémio dos piores filmes desta temporada, assim uma espécie de Festival de Cannes, mas ao contrário".

"Estreou-se em cartaz com a trilogia a 'Senhora dos SWAPS'. A seguir entrou em cartaz o filme de suspense 'Venda do novo banco - Missão Impossível 3'. Mas eu gostava mesmo de lhe dar os parabéns porque a realizadora Maria Luís achou que era tempo de estrear a sua primeira tragicomédia chamada 'Querido, encolhi o défice'".

Para Joana Mortágua é oficial: "a PàF pifou" e continuou com as comparações cinematográficas quando disse que a coligação se apresenta nestas eleições como a orquestra que toca alegremente enquanto o Titanic afunda.

Mas o PS não ficou fora da mira da cabeça de lista do BE por Setúbal - aliás, só mesmo Catarina Martins não criticou aquele partido -, tendo acusado os socialistas de estarem desesperados, porque "o principal partido de oposição tem sido o Bloco".