O Partido Nacional Renovador (PNR) alertou hoje, durante uma arruada ao final da tarde, em Lisboa, para a "invasão islâmica" que ameaça o país e a Europa, distribuindo panfletos atrás de cinco militantes vestidos com burca.
Segundo o líder do PNR, José Pinto-Coelho, a ação pretendeu sensibilizar as pessoas para o que acontecerá em Portugal "dentro de muito poucos anos, com esta ideia de recebermos refugiados, entre aspas, que na verdade é uma autêntica invasão imigrante, invasão económica e de conquista islâmica à Europa".
Os cinco militantes do PNR, três do sexo feminino e dois do sexo masculino, percorreram trajados de vestes negras um percurso entre o centro comercial das Amoreiras e a Sinagoga de Lisboa, perto do Largo do Rato, à frente de uma dúzia de militantes com bandeiras e que distribuíam panfletos às poucas pessoas que encontravam no caminho.
"Somos o único partido em Portugal que denuncia esta situação e alerta para o perigo que isto representa contra a nossa segurança interna e contra a nossa identidade", reivindicou Pinto-Coelho, considerando que os anunciados apoios aos refugiados "configura uma afronta, uma ofensa" a muitos portugueses a quem "não lhes dão casa, não dão subsídios".
O dirigente do PNR contrapôs com os milhares de portugueses que são obrigados a emigrar à procura de melhores condições e avisou que estes imigrantes serão apenas os primeiros, "porque depois virão muitos mais e vão-se reproduzir e a ideia deles é claramente conquistar a Europa".
José Pinto-Coelho acrescentou que os "nacionalistas" não querem assistir ao que "já se vê em tantas ruas de cidades de França, da Inglaterra e da Alemanha", com centenas de pessoas em oração virados para Meca.
"É isto que quer para Portugal? Não? Então vote PNR", lia-se no panfleto distribuído na rua e nas paragens de autocarros, enquanto a espaços, através de um megafone, era anunciada a "ação contra a invasão islâmica".
Elementos da PSP acompanharam a arruada a partir do Largo do Rato, mas a ação de campanha prosseguiu, havendo quem aceitasse os panfletos e quem pura e simplesmente os ignorasse.
O líder do PNR proclamou que "o número reduzido" de refugiados que foge da guerra seja acolhido "na Arábia Saudita" e criticou "os políticos traidores" portugueses que lhes "estendem o tapete".
A ação do PNR terminou em frente à sinagoga, quando os cinco militantes despiram as burcas e desmobilizaram sem qualquer incidente, despedindo-se dos agentes que os vigiavam à distância.