Legislativas 2015

Jerónimo pergunta "para onde foi o dinheiro" e responde "para o grande capital"

Porto Canal - 24-09-2015 10:40:42

O líder do PCP, que concorre coligado com "Os Verdes" às legislativas, perguntou hoje "para onde foi o dinheiro", cerca de 2.000 euros de cada português, e respondeu resposta - para a banca e sistema financeiro, "o grande capital".

Jerónimo pergunta "para onde foi o dinheiro" e responde "para o grande capital"

Num comício noturno em Vila Franca de Xira, Jerónimo de Sousa começou por elogiar a participação no local, algo que disse não ver há "muito tempo, décadas", e a simpatia que a campanha da CDU tem recebido, mas alertou: "temos de dar muito ao dedo e à perna até 04 de outubro".

"Mas para onde foi o dinheiro? Tanto salário cortado, tanta reforma, direitos limitados, tanta carga de impostos sobre as famílias e as pequenas empresas. Então, para onde foi o dinheiro? Não desapareceu... Foi direitinho, camaradas, ao grande capital, particularmente ao sistema financeiro", disse, referindo-se aos dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) e ao reflexo da resolução do BES e consequente manutenção do défice a níveis de há quatro anos (7,2%).

O secretário-geral comunista afirmou que aquele setor de atividade "arrecadou-se com qualquer coisa como 20 mil milhões de euros", nos últimos anos.

"Ou seja, cada um de nós pagou 2.000 euros para a banca, tendo em conta este balanço dramático. Nunca há dinheiro para a saúde, para a educação, para os salários, para as reformas, para a proteção social e houve este dinheiro todo para o grande capital, o setor financeiro e os grandes grupos económicos", insurgiu-se.

O dirigente da Coligação Democrática Unitária (CDU) criticou o Governo PSD/CDS-PP porque pediu "sacrifícios a todos os setores, menos um (a banca)" por causa da "dívida insustentável" e do "défice excessivo", que "eram os pilares e a justificação" das suas políticas, como meros "executantes", a "cumprir com gosto orientações vertidas nesse pacto de agressão ao povo e trabalhadores", o memorando celebrado com a 'troika'.

Para Jerónimo de Sousa, Portugal não se deve vergar aos "senhores do mando, ao diretório de potências da União Europeia e às multinacionais" que dizem o que há a fazer e PSD e CDS-PP conformam-se, enquanto o PS, embora com diferenças de "forma, ritmo ou grau", limita-se a "algumas obras de melhoria na fachada".

"Podem cortar 900 milhões de euros em IRC às grandes empresas, mas não podem baixar o IVA da restauração?", questionou também, antes de referir numerosas medidas propostas pela CDU para a defesa das micro, pequenas e médias empresas dos mais variados setores.

O também deputado do PCP congratulara-se de início com a dimensão do evento de Vila Franca, embora com um aviso - "os bons ambientes nunca ganharam eleições".

Jerónimo de Sousa reafirmou que os votos dados à CDU há quatro anos foram respeitados pelos respetivos deputados e os seus eleitores podem dizer "nunca me enganaram nas opções que tomaram na Assembleia da República".

"Podemos reafirmá-lo. Os partidos não são todos iguais", assegurou, falando dos diversos candidatos, com "virtudes, defeitos, seres normais", mas com "uma diferença muito grande: um projeto sério de trabalho, honestidade e competência" e um "princípio fundamental e sagrado - servir os interesses dos trabalhadores e do povo" e não a si próprios.

Antes de citar um verso do poeta popular algarvio António Aleixo, dirigido aos partidos do "arco da governação" - "Vós que, lá do vosso império, prometeis um mundo novo, cuidado porque pode o povo querer um mundo novo a sério" -, o líder comunista voltou a pedir mais apoio.

"Um voto na CDU a mais é um voto a menos no PSD ou no PS e pode constituir eleição de mais um deputado numa Assembleia da República que, com a composição que tiver e a arrumação das forças, determinará desde a composição do governo ao seu próprio programa", disse.

 

Imagem: Facebook CDU

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