Costa defende que há inversão na queda do investimento e melhorias no emprego

| Política
Porto Canal com Lusa

Lisboa, 18 jul (Lusa) - O primeiro-ministro sustentou hoje que os mais recentes inquéritos de confiança e os últimos indicadores de atividade económica revelam uma "inversão" da trajetória decrescente do investimento e defendeu que há sinais de melhoria também no emprego.

Discursando num almoço promovido pela Câmara do Comércio Luso Espanhola, com a presença de dezenas de empresários dos dois países, mas em que no final não prestou declarações aos jornalistas, o primeiro-ministro advogou a tese de que, de acordo com os mais recentes indicadores económicos, a estratégia do seu Governo "tem vindo a ser compreendida".

"Ainda na semana passada o Banco de Portugal revelou que o seu indicador coincidente de atividade económica já suspendeu (e espera-se que tenha mesmo invertido) a diminuição que vinha registando desde meados de 2015, tendo sido revistos aliás em alta os últimos dados publicados relativamente aos meses anteriores", disse.

Também segundo António Costa, os mais recentes indicadores relativos ao desemprego e criação de novos empregos "revelam sinais de melhoria, algo que se confirma aliás pela evolução da receita ao nível das contribuições para a Segurança Social".

A seguir, o primeiro-ministro contrariou as críticas da oposição sobre a existência de uma conjuntura de falta de confiança na economia portuguesa por responsabilidade da linha político-económica adotada pelo atual Governo.

"Relativamente ao investimento, ao contrário do que é muitas vezes dito, temos vindo a verificar uma crescente disponibilidade das empresas para investir. A realidade que muitos parecem não ver é que o investimento das empresas cresceu mais de 13% no primeiro trimestre deste ano face ao período homólogo em termos nominais", referiu.

António Costa reconheceu que o resultado global "não revela" ainda este dado.

"Tal acontece não por falta de investimento das empresas, mas devido a uma nova contração no setor da construção", argumentou então o líder do executivo.

Ainda em defesa da sua posição, o primeiro-ministro fez alusão ao último inquérito de conjuntura sobre investimento divulgado pelo INE (Instituto Nacional de Estatística) no início de julho, no qual se mostra - citou - que "as empresas perspetivam um crescimento do investimento de 6% em 2016".

"Isto, quando no inquérito anterior, de outubro do ano passado, se antecipava apenas um crescimento de cerca de metade, 3,1% para 2016. Estamos perante um resultado muito bom com uma duplicação da expetativa de crescimento, o que demonstra confiança das empresas e vontade de investir", defendeu.

Para António Costa, este citado indicador do INE é particularmente "bom" ao nível das empresas exportadoras, depois de terem indicado que em 2015 apenas teriam aumentado o investimento em 2,1%".

"Apontam agora uma estimativa de crescimento de 19,8% para 2016. E esta confiança transparece também nas candidaturas aos sistemas de incentivos do programa [de fundos comunitários] Portugal 2020 que registam recordes históricos, já que nos concursos encerrados em abril e maio passados se verificaram mais de 3500 candidaturas, com um investimento total associado de três mil milhões de euros", disse ainda.

Ou seja, de acordo com o primeiro-ministro, "a tese de que é a falta de confiança que causa o arrefecimento económico é claramente refutada por estes factos".

"Foi no terceiro trimestre do ano passado [com o anterior executivo PSD/CDS] que o investimento sofreu uma queda abrupta, caindo em cadeia 3,8%. Agora, os indicadores de confiança na generalidade dos setores estão mais altos do que estavam à data em que este Governo tomou posse e os indicadores de investimento mais recentes mostram já uma inversão da tendência decrescente que se registava desde meados de 2015, registando mesmo uma melhoria", acrescentou.

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