Monção, 23 out (Lusa) - O PS vai governar em minoria a Câmara de Monção, que venceu por três votos, após falhado o entendimento com PSD e CDS-PP, maioritários no novo executivo, disse hoje o presidente da autarquia.

O socialista Augusto Domingues explicou à Lusa que propôs às duas listas agora representadas no executivo a atribuição de um vereador com pelouro a tempo inteiro, a negociação de competências e do regimento da autarquia bem como a participação na elaboração do orçamento do município.

Propostas que, acrescentou, foram entretanto recusadas pelos elementos das duas listas, o que levará a uma gestão do município, em minoria, através de "acordos pontuais" com PSD e CDS-PP.

"Não será a primeira Câmara a fazê-lo, vamos ver como corre, mas acho que ninguém tem interesse em ir novamente a eleições. Teremos de governar todos de forma construtiva", reconheceu o presidente da Câmara.

Ainda assim, afirma que "a qualquer momento" está "disponível" para negociar um acordo com a oposição, para garantir a "estabilidade" da governação da autarquia.

Augusto Domingues venceu as eleições autárquicas de 29 de setembro, para a Câmara, com 4.744 votos, após verificação dos nulos (diferença anterior era de quatro votos), garantindo três mandatos para o executivo.

Do lado do PSD, a lista liderada por António Barbosa - que ainda viu o Tribunal Constitucional rejeitar um recurso alegando irregularidades no processo eleitoral por ter entrada fora do prazo -, ficou a três votos do PS, com os mesmos três mandatos.

Já o CDS-PP, cuja lista foi liderada por Abel Baptista, arrecadou 2.221 votos e conseguiu eleger um vereador, pelo que nenhuma das três forças obteve uma maioria de eleitos para a Câmara.

"Somos todos responsáveis e já vamos ter uma prova do que será daqui para a frente na primeira reunião de Câmara, esta sexta-feira, porque é preciso aprovar a delegação de competências. Vamos ver o que resultará", atirou Augusto Domingues, que nos últimos quatro mandatos foi vice-presidente da autarquia.

A Câmara de Monção era liderada há 16 anos por José Emílio Moreira (PS) que, devido à lei da limitação dos mandatos autárquicos, não se pôde recandidatar nestas eleições.

A votação do PS caiu em 2013 praticamente para metade, face a 2009, (68,37% há quatro anos), enquanto o PSD quase duplicou (dos anteriores 20,89%) o resultado.

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