Quadro comunitário "mal negociado" na origem dos problemas com CCDR-N - Rui Moreira
Porto Canal com Lusa
Porto, 15 jun (Lusa) -- O presidente da Câmara do Porto escusou-se hoje a comentar as críticas do secretário-geral do Eixo Atlântico a Emídio Gomes e disse que os problemas na CCDR-N se ficaram a dever a um quadro comunitário "mal negociado" com Bruxelas.
"Eu não tenho que avaliar o professor doutor Emídio Gomes. O que digo é que mal estava um país se fosse por causa de uma pessoa nomeada que as coisas não funcionavam", afirmou hoje Rui Moreira à margem da sessão de apresentação da Associação Porto Tech Hub.
Em causa estão as declarações do secretário-geral do Eixo Atlântico, Xoan Mao, que acusou hoje Emídio Gomes de ser "o pior presidente que passou" pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N).
"Eu não fulanizo questões, não me peçam para fulanizar questões. Eu tenho muito respeito por Emídio Gomes que ontem [terça-feira], no Conselho Regional, fez questão de salientar que o Porto tomou relativamente a esta matéria uma posição coerente", assinalou.
O Porto foi um dos municípios que no final de maio recusaram assinar os contratos de financiamento comunitário relativos PEDU propostos pela CCDR-N, num processo que terminou com a exoneração de Emídio Gomes pelo ministro do Planeamento e das Infraestruturas.
Para Rui Moreira, a atribuição de fundos comunitários aos municípios não funcionou "porque o quadro comunitário de apoio foi mal negociado com Bruxelas e porque não se criaram as competências suficientes dentro da CCDR-N para fazer o trabalho".
E acrescentou: "foram mal negociadas com Bruxelas e depois o que acontece é que os critérios não eram transparentes".
A 31 de maio, e horas antes da assinatura dos contratos a nível nacional, Moreira decidiu que a autarquia não iria assinar o documento com vista à obtenção de fundos comunitários do Portugal 2020 porque estava "à espera de um aviso que foi confirmado pelo ministro" mas que a CCDR-N ainda não tinha publicado.
"O senhor ministro disse-me que há uma verba de 20 milhões que será lançada noutro aviso, onde o Porto será contemplado", disse então Moreira.
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