Emídio Gomes pede apoio a autarcas contra secretário-geral do Eixo Atlântico
Porto Canal com Lusa
O presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N), Emídio Gomes, enviou hoje um 'email' a alguns autarcas, pedindo que tomem uma posição pública contra as declarações que diz serem "deploráveis" do secretário-geral do Eixo Atlântico.
"Sou hoje confrontado com mais um conjunto de declarações deploráveis de um senhor que é vosso funcionário, que eu não conhecia de lado nenhum, com quem falei duas ou três vezes durante três anos, e com quem não tenho sequer qualquer contacto faz muito tempo", refere Emídio Gomes num 'email' a que hoje a Lusa teve acesso.
No documento, dirigido a vários autarcas do Norte, o ainda presidente Emídio Gomes pede que estes não se fiquem "apenas por um mail simpático a dizer que as declarações deste senhor não os vinculam, porque (...) isso é verdade e óbvio, mas que em especial os responsáveis diretos pela gestão do Eixo Atlântico façam algo mais em termos públicos".
O secretário-geral do Eixo Atlântico, organismo que agrega 38 municípios portugueses e galegos, acusou hoje Emídio Gomes de ser "o pior presidente que passou" pela CCDR-N e defendeu ser necessária uma auditoria para averiguar eventuais irregularidades na atribuição de fundos comunitários.
Em entrevista à Lusa, o responsável aconselhou mesmo o próximo presidente a mandar fazer "uma auditoria de todo o género e especialmente na parte ligada aos fundos" e que averigue a veracidade da "informação que circula" sobre "irregularidades" na sua atribuição.
"A CCDR-N era das instituições mais respeitadas a nível europeu. Hoje em dia não tem credibilidade", criticou ainda o secretário-geral do Eixo Atlântico.
Em resposta, o presidente da Câmara de Vila Real disse serem "lamentáveis" as críticas do secretário-geral do Eixo Atlântico a Emídio Gomes, considerando ainda que "envergonham" os municípios desta associação transfronteiriça.
Emídio Gomes foi, no início do mês, exonerado do cargo pelo ministro do Planeamento e das Infraestruturas, depois da polémica em torno dos Planos Estratégicos de Desenvolvimento Urbano (PEDU) que alguns municípios recusaram assinar.